Diretor do SNS admite falhas, mas garante que Nascer em Segurança reduz "fechos imprevistos" de maternidades
Fernando Araújo foi ouvido na comissão parlamentar de saúde a propósito do encerramento das urgências pediátricas e do bloco de partos do Hospital de Portimão.
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O diretor-executivo do Serviço Nacional de Saúde, Fernando Araújo, reconhece algumas falhas, mas sublinha que o programa Nascer em Segurança, do SNS, tem garantido às grávidas respostas adequadas na maioria das vezes e tem permitido aos hospitais um planeamento que resultou em menos de 80% de fechos imprevistos de maternidades.
Fernando Araújo está a ser ouvido na comissão parlamentar de saúde a propósito do encerramento das urgências pediátricas e do bloco de partos do Hospital de Portimão. Foi lá que deu conta dos números alcançados em 39 semanas pelo programa Nascer em Segurança no SNS.
"Foram reduzidos em mais de 80% os fechos imprevistos, revelando que o plano, apesar de questões pontuais que existiram, foi cumprido com efetividade. De salientar que até 31 de agosto deste ano tivemos no SNS mais de 43 mil partos, o que significa um aumento em relação ao ano anterior. Nasceram nos hospitais do SNS todos os dias mais cinco crianças do que no ano passado, mantendo taxas de cesariana semelhantes. Mesmo na região de Lisboa e Vale do Tejo, em que se registam as maiores exigências, o plano demonstrou em rede capacidade, proximidade e segurança para dar resposta aos cerca de 70 partos que ocorrem todos os dias nesta região", revelou Fernando Araújo.
Sobre a região de Lisboa e o acordo com os privados para o encaminhamento de grávidas quando o sistema público não tem capacidade de resposta para a realização de partos, Fernando Araújo, diretor executivo do SNS, referiu no Parlamento que desde a entrada em vigor deste acordo, no verão, que os privados foram chamados em casos residuais. Os hospitais públicos conseguiram atender mais de 99% das grávidas.
"Entre 1 de junho até ao dia 24 de setembro, dos cerca de 7500 partos registados, apenas 27 grávidas foram transferidas para esta resposta de complemento com os privados, ou seja, cerca de 0,4%, o que é algo residual. Significa que esta resposta pública consistente foi efetiva em mais de 99,5% dos casos. Isto significa que os profissionais dos serviços de ginecologia obstetrícia, de neonatologia e pediatria tiveram aqui uma enorme generosidade, uma enorme competência, um enorme esforço em articulação com o INEM, o que importa sempre reconhecer, para que estas soluções fossem encontradas", acrescentou o diretor-executivo do SNS.