Dirigentes próximos de Seguro defendem que António Costa deve seguir estatutos
A título pessoal, Eurico Brilhante Dias entende que António Costa tem de «procurar reunir condições para fazer esse congresso extraordinário». Marco António Costa, do PSD, espera que a luta pela liderança do PS não se traduza numa radicalização do discurso socialista.
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Eurico Brilhante Dias, do secretariado nacional socialista, defendeu, a título pessoal, que António Costa deve seguir os estatutos se pretende candidatar-se à liderança do partido.
Em declarações à TSF, este dirigente próximo de António José Seguro lembrou que «há que seguir basicamente os estatutos que há e onde há condições previstas para um congresso extraordinário». «Quem manifestou essa disponibilidade deve procurar reunir essas condições para fazer esse congresso extraordinário», acrescentou o dirigente socialista.
Eurico Brilhante Dias sublinhou ainda a necessidade de «pôr os pés bem no chão e orientar o partido para o futuro e tenho a esperança que os meus camaradas percebam que este é o momento de pensarmos no país e não numa agenda interna».
Em declarações ao jornal Público, o socialista António Galamba recordou também que quem deseja um congresso extraordinário vai ter de cumprir as regras que estão nos estatutos.
Citada pela agência Lusa, uma fonte da direção do PS explicou que o autarca de Lisboa tem de reunir apoios para convocar democraticamente o congresso e lembrou que não está prevista nenhuma reunião magna do partido antes do final de 2015.
Quanto à contenda socialista, Augusto Santos Silva, que ontem afirmou à TSF que não era inteligente minimizar a vitória socialista nas europeias, já veio na útima noite manifestar apoio a António Costa.
No outro lado, perfila-se João Soares que, em declarações à TSF, sugeriu a António Costa que se mantenha no cargo para que foi eleito, afirmando que há outras coisas para arranjar que não o PS.
Outra avaliação sobre o processo de desafio da liderança em curso no PS é a de António Vitorino que ontem, na SIC Notícias, não esclareceu quem apoia. O antigo comissário europeu e ex-dirigente socialista considera apenas que a questão tem de ser rapidamente resolvida para que o partido esteja em condições de responder ao desafio das eleições legislativas do próximo ano.
Contactada pela TSF, Edite Estrela considera inevitável um congresso extraordinário e afirma que estará com António Costa. Para Edite Estrela, Seguro bem se esforçou na liderança, mas os resultados de domingo provam que a mensagem não passa.
Entretanto, o porta-voz e vice-presidente do PSD, Marco António Costa deixou ontem uma preocupação, ou seja, que a luta pela liderança no maior partido da oposição se venha a traduzir numa maior radicalização do discurso socialista.