Costa não dará "conselhos de bancada" e não tem idade e vontade "de meter papéis para reforma"
O primeiro-ministro assegura que estará disponível para o que o novo líder do PS desejar.
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O ainda primeiro-ministro e secretário-geral do PS foi esta sexta-feira votar para eleger o sucessor na liderança do partido e, à saída, garantiu que está disponível para o que o novo líder socialista quiser, mas não irá dar "conselhos de bancada", nem escrever artigos "a dizer o que os outros devem ou não fazer".
"A minha etapa está corrida. Não vou andar por aí a opinar e a dizer o que os outros devem ou não fazer, a escrever artigos sobre o que hão de fazer. Eu fiz a minha parte, estou de consciência tranquila, desejo o maior sucesso àquele que me suceder a partir de amanhã. Se me fizer uma pergunta e quiser saber a minha opinião, darei com todo o gosto, mas não estarei aqui a dar conselhos de bancada, porque essa não é a minha tarefa", disse António Costa aos jornalistas.
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O líder cessante do PS garantiu que apoiará o novo secretário-geral: "O próximo secretário-geral do PS poderá contar comigo para aquilo que desejar e que eu possa fazer e que sinta que possa ser útil, mas deixe-o lá ter a liberdade de querer saber se quer contar comigo ou não."
O futuro de António Costa também foi tema de conversa e houve duas certezas que deixou: não tem "idade" nem "vontade" de meter os papéis para a reforma e, "de certeza", também não irá "escrever as memórias.
"Em termos políticos, logo veremos porque isso não depende de mim. Alguma coisa que sobre o qual não tenho a menor das dúvidas, eu vivo do meu trabalho, portanto terei de ir trabalhar. É absolutamente especulativo, neste momento, estarmos a teorizar sobre uma sobre essas matérias no momento em que, estando eu em ser as funções de primeiro-ministro e continuarei a exercer pelo menos até ao dia 28 de março se tudo correr dentro dos prazos normais, é aí que eu estou focado e é aí que eu tenho que me concentrar", garante.
Mas e depois? "O que vai acontecer depois não depende de mim, depende de outras instâncias. E acho que devemos respeitar essas instâncias, dar-lhes o tempo que necessitarem, porque, do meu ponto de vista, é muito importante que nenhuma dúvida subsista a meu respeito. Portanto, utilizem o tempo que necessitarem de utilizar e que tudo fique esclarecido. Até lá, eu reservo-me o direito a autolimitar-me naquilo em que posso e não posso fazer."
As eleições para o novo secretário-geral do PS decorre esta sexta-feira e sábado, dia em que se ficará a conhecer o sucessor de António Costa e candidato do partido a primeiro-ministro no dia 10 de março.