Uma inflação a desacelerar até ao final do ano: é a previsão do Conselho das Finanças Públicas.
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No relatório divulgado esta quinta-feira, sobre "As perspetivas económicas e orçamentais" dos próximos cinco anos, o organismo liderado por Nazaré da Costa Cabral aponta para uma revisão em baixa da taxa de inflação que passa para 5,2%.
A anterior projeção para a inflação, feita em março, era mais alta. Agora o Conselho das Finanças Públicas (CFP) cortou 0,7 pontos percentuais à taxa de inflação.
Outro indicador que sofre mudanças é o PIB, a riqueza nacional sofre uma melhoria face às últimas contas mas em comparação com o ano passado, em que o PIB cresceu 6,7%, este ano não deve ultrapassar os 2,2%, tudo porque houve uma "redução quer no contributo da procura interna, quer no contributo das exportações líquidas".
Há também uma atualização no rácio da dívida pública. O CFP estima que Portugal vai ter pela primeira vez um rácio da divida abaixo dos 100% no ano de 2025 em vez de 2026, ou seja, um ano antes da previsão anterior (março)
Deste modo "o rácio da dívida deverá diminuir 25 pontos percentuais nos próximos cinco anos, e alcança 89,4% do PIB em 2027".
Este indicador ainda seria melhor não fosse o impacto dos encargos com os aumentos dos juros da dívida pública. De acordo com o relatório, "se no passado recente Portugal beneficiou de forma sucessiva de encargos com juros claramente decrescentes, que muito contribuíram para a redução do desequilíbrio orçamental, tal não se irá repetir no horizonte da projeção".
Entre 2023 e 2027 projeta-se um acréscimo dos encargos com juros com impacto de 0,5 pontos percentuais do PIB.
Outro dado sublinhado pelo CFP tem a ver com a evolução de algumas variáveis orçamentais sobretudo no que respeita a despesa com prestações sociais. "A despesa com prestações sociais, em particular com pensões, e despesa com pessoal, constituem a designada 'despesa rígida', que se prevê atingir 68% da despesa primária em 2023".
O CFP sublinha ainda a pressão orçamental com o impacto desconhecido dos processos judiciais onde o Estado está envolvido, nomeadamente a litigância com as Parcerias Público Privadas que podem levar a indemnizações avultadas.