"Do avesso." Montenegro critica Galamba por declarações sobre localização do novo aeroporto de Lisboa

O presidente do PSD, Luís Montenegro
Paulo Novais/Lusa
O líder do PSD afirmou que o partido está disponível para ajudar a desbloquear atrasos no processo do novo aeroporto.
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O líder do PSD, Luís Montenegro, afirmou que as recentes declarações de João Galamba sobre a localização do novo aeroporto provam que está tudo virado do avesso. O ministro das Infraestruturas considera que um novo aeroporto em Santarém é demasiado longe de Lisboa, mas o presidente do PSD, à margem de uma ação de contacto com a população, no Barreiro, defendeu que é preciso deixar aos técnicos as avaliações técnicas e aos políticos as decisões políticas.
"Não acho que a comissão técnica independente deva andar a anunciar localizações. Não é a comissão técnica que vai decidir a localização do aeroporto, é o poder político, é o Governo. Logo veremos se com ou sem o apoio de outros partidos, nomeadamente do Partido Social Democrata, e não devem ser os políticos e os governantes emitir opiniões técnicas, porque isso é desvirtuar aquilo que está subjacente a este entendimento. Portanto o que peço é que aquilo que tem estado um bocadinho do avesso possa retomar a normalidade e possamos dar as condições para a comissão técnica independente produzir o seu trabalho até ao final do ano, como está previsto", explicou Montenegro.
O social-democrata afirmou que o PSD está disponível para ajudar a desbloquear atrasos no processo do novo aeroporto, mas nega que esteja a participar em encontros sobre o assunto. No entanto, sublinha que, se for cumprido o prazo definido e a comissão técnica apresentar conclusões até ao final de dezembro, este não será um ano perdido.
"Até o momento sabemos que há algumas dificuldades. Estamos até disponíveis para poder dar o nosso assentimento a que essas dificuldades, nomeadamente contratuais, possam ser desbloqueadas, mas que o prazo seja cumprido. Não queremos atrasos, não é por nossa causa que há atrasos. Não tem havido reuniões, nem tem de haver reuniões. Agora não vale a pena perturbar o processo, nem da parte técnica nem da parte política. O país precisa de serenidade e de zelo para, atempadamente, os prazos se cumprirem e, por isso, todas as manobras de distração são inconvenientes", acrescentou o líder do PSD.