"PSD não se pode encostar à extrema-direita, como se demonstrou que PS não se pode encostar à extrema-esquerda"
Convidado especial do Bloco Central da TSF, Pinto Balsemão vê o partido que fundou como parte do "centro-esquerda" e defende que a discussão em torno de "casos e casinhos" estão a impedir o debate sobre temas mais importantes.
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O fundador do PSD, Francisco Pinto Balsemão, defende que o partido "não se pode encostar à extrema-direita" e aponta que ficou também demonstrado que o PS "não se pode encostar à extrema-esquerda", assinalando que "pelo centro é que as coisas funcionam".
Convidado especial do Bloco Central desta semana, com Pedro Siza Vieira e Pedro Marques Lopes, o militante social-democrata número 1 situa o partido no espetro político: "É um partido que sempre foi de centro-esquerda, que eu vejo como tal e há muita gente no partido que vê como tal."
Apoiante de Jorge Moreira da Silva, nas últimas diretas no PSD, Francisco Pinto Balsemão endossa Luís Montenegro desde que este "ganhou no Congresso, em condições completamente legítimas" a liderança do partido, não abdicando de apontar que nem tudo o que este faz "está certo".
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"Mas isso sempre foi assim, eu que o diga de quando lá estive, que tive inimigos de várias categorias, algumas muito más", reconhece, sobre o período em que liderou o PSD, de 13 dezembro 1980 a 27 de fevereiro 1983.
Sobre a atualidade política portuguesa, Pinto Balsemão defende que "há lugar para dois grandes partidos", mas avisa que tal como o PSD "não se pode encostar à extrema-direita", também "já se demonstrou que o Partido Socialista não se pode encostar à extrema-esquerda" e, assim, "pelo centro é que as coisas funcionam".
Para tal, "é bom que os eleitores tenham opções de escolha distintas e que, para isso, haja propostas também distintas", e o antigo primeiro-ministro realça, nessa linha, que "em vez de andarmos com os casos e casinhos", deviam ser discutidos "grandes temas" como o poder judicial, a lei eleitoral e o regionalismo.
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Questionado sobre o trabalho de Montenegro na liderança do partido, considera que este "está a cumprir a sua missão", mas recusa fazer "futurologia" sobre possíveis listas concorrentes no próximo Congresso.
"Será apreciada a sua atuação na sede própria. Pode haver listas concorrentes contra o líder atual, pode haver listas a favor do líder atual. Isso é democracia e é assim que deve funcionar e é assim que, nesse aspeto, sempre funcionou no PSD, com muita intriga de bastidor, com muitas combinaciones [risos] entre os vários grupos, mas foi sempre assim que a coisa funcionou e espero que continue a funcionar", deseja.
Pode ouvir esta versão alargada do Bloco Central na TSF depois das 19h00 desta sexta-feira, em permanência em tsf.pt e nas plataformas de podcast (Spotify, Apple e Google).