Do combate ao populismo aos votos de sucesso a Moedas. As palavras de despedida de Medina
Fernando Medina tomou a palavra na sua última celebração do 5 de Outubro enquanto autarca da capital.
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O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, evocou, no seu discurso, os tempos passados para "aprender a lição" e combater a "erosão da democracia e a quebra da confiança nas instituições", durante a cerimónia de comemoração do aniversário da Implantação da República, esta terça-feira, nos Paços do Concelho, em Lisboa.
Lembrando que a política tem de estar sempre ao serviço dos cidadãos, Medina sublinhou a necessidade de empenho nos ideais democráticos que são, hoje, "perigosamente" postos em causa na nossa democracia. O autarca mencionou as vozes que "exploram fragilidades" não para corrigir o que está mal, mas para atacar a democracia, e que conseguem uma "projeção desproporcional, condicionando o debate público".
Fernando Medina alertou que os políticos não podem "ceder à chantagem demagógica" e "responder à radicalização e populismo com radicalização e populismo". "Não pode ser uma disputa de decibéis" em que "vale tudo", frisou.
O presidente da Câmara de Lisboa falou também sobre o "exemplo de união" vivido "em Lisboa e em todo o país", durante a pandemia de Covid-19, que tem como uma "lição que deve ser enaltecida e continuada no pós-pandemia".
No discurso do autarca mereceram ainda atenção as alterações climáticas, que classifica como o "desafio maior". Para Medina, este é um "imperativo moral" ao qual a política tem de dar respostas urgentes e eficazes, porque estão em causa as "vidas de milhares de milhões de seres humanos, em especial dos mais frágeis".
"Não há no nosso tempo combate mais urgente e indispensável", declarou Fernando Medina, lembrando que também nesta matéria o facilitismo, o adiamento e a demagogia são "crimes a combater".
Houve ainda lugar para referências a Mário Soares e homenagens a Jorge Sampaio, antes de lembrar que Lisboa é uma cidade que se pretende "de todos e para todos".
Por último, definitivamente em tom de despedida, Fernando Medina agradeceu ao povo de Lisboa "a honra e privilégio" de ter sido seu autarca, um tempo que considera ter sido "exaltante, de trabalho entusiástico e dedicação total".
O presidente da Câmara de Lisboa, que está de saída, diz que se despede com um "sentimento de dever cumprido, reconhecimento e gratidão", deixando "votos de maior sucesso" a quem o sucede - o social-democrata Carlos Moedas - ao serviço de Lisboa.
"Viva a República, viva Lisboa, viva Portugal", concluiu.
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