Duarte Cordeiro sai em defesa de Adão e Silva e considera que "houve exageros" na CPI à TAP
O governante defende a ideia de que a opinião dos membros do Governo deve ser tida em conta no debate público sem gerar "demasiada acrimónia".
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O ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, defende que "houve exageros" na comissão parlamentar de inquérito à gestão política da TAP, colocando-se assim ao lado de Pedro Adão e Silva, afirmando que não viu "nenhum desrespeito" nas declarações do responsável pela pasta da Cultura.
"Eu subscrevo aquilo que Pedro Adão e Silva disse relativamente ao facto de os ministros terem opinião e deverem expressar a opinião", sublinhou.
As declarações polémicas do ministro da Cultura, em entrevista à TSF e ao JN, têm dado que falar. Depois de ser criticado por comparar os deputados da CPI com "uma espécie de procuradores do cinema americano de série B da década de 80" e instado a retratar-se, Adão e Silva considerou que "não está escrito em lado nenhum que os ministros devem suspender o seu espírito crítico".
Na CNN Town Hall, na terça-feira, o responsável pela pasta do Ambiente e da Ação Climática defendeu a ideia de que a opinião dos governantes deve ser tida em conta no debate público.
"Acho que devemos viver num clima democrático em que a opinião dos membros do Governo é considerada para o debate público sem gerar aqui demasiada acrimónia", considerou Duarte Cordeiro.
O ministro vai mais além e afirma que "não há português que não considere que não tenham existido exageros na CPI".
"Inquéritos que duram a noite inteira? Não faz sentido, não precisamos disso na nossa democracia, não é necessário", atirou, em referência ao comentário de Adão e Silva que afirmou que os trabalhos da comissão "se transformaram num longo comentário televisivo, como se estivéssemos a falar de um reality show".
Duarte Cordeiro não vê, por isso, "nenhum desrespeito ao Parlamento, nem à CPI, nem aos deputados, que muito trabalharam". "Aliás, se estiverem lá essas horas todas é porque houve pessoas a ser ouvidas e houve pessoas a fazer perguntas", disse.