"É má-fé." ANTRAM acusa sindicatos dos motoristas de mentirem sobre negociações
Sindicatos dos motoristas de matérias perigosas marcaram uma nova greve para agosto. Mas a ANTRAM garante que as associações sindicais já tinham desistido das exigências que agora invocam para convocar a greve
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A ANTRAM (Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias) acusa o Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) de má-fé nas negociações do novo Contrato Coletivo de Trabalho para o setor.
Em declarações à TSF, a ANTRAM garante que as condições para aumentos salariais já foram acordadas com as organizações sindicais e revela os documentos assinados na reunião em que estiveram presentes todos os sindicatos, o Governo e a própria ANTRAM.
"O acordo prevê um aumento de cerca de 250 euros a partir do próximo ano, mais um aumento indexado ao salário mínimo nacional, a partir de 2021", referiu André Matias, advogado e porta-voz da ANTRAM, em declarações à TSF.
André Matias ressalva que o aumento suplementar de 100 euros em 2021 e em 2022, reclamado pelo Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas, foi uma exigência que "caiu" na reunião em causa, depois de as organizações sindicais terem reconhecido que não existia capacidade para suportar mais esse encargo.
"Isso foi negociado durante horas e o representante do sindicato estava perfeitamente consciente de que deixou cair essa exigência, compreendendo que os patrões não tinham possibilidade de suportar mais esse aumento", assegurou o porta-voz da ANTRAM.
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Apesar desta decisão, no último sábado, durante o 1.º Congresso Nacional dos Motoristas, os representantes dos sindicatos aprovaram a entrega de um pré-aviso de greve para agosto.
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A ANTRAM afirma que iria apresentar contrapropostas, numa nova reunião com os sindicatos, mas que estes não quiseram ouvi-las e convocaram a nova greve.
"Os sindicatos preferiram ir para um congresso esconder o acordo que foi assinado (...) para depois virem apresentar um pré-aviso de greve", atira o porta-voz da ANTRAM.
"Está provado por documentos quem diz a verdade nesta 'guerra de surdos'. Não sobram nenhumas dúvidas sobre quem está de boa-fé e de má-fé neste processo", concluiu.
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