José Manuel Boavida estima que possam ter ficado por diagnosticar "10 a 20 mil" casos de diabetes nos meses de março e abril.
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O presidente da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal alerta que as doenças crónicas precisam de um plano de emergência para lidar com as consequências da Covid-19. Preocupado com as consultas e cirurgias que foram adiadas por causa da pandemia, José Manuel Boavida lembra, em declarações à TSF, que todos os anos são diagnosticados 60 mil novos diabéticos em Portugal, mas as outras doenças crónicas também precisam de uma resposta de emergência.
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"Não basta um plano para cada uma das doenças, é necessário um plano global para as doenças crónicas", defende, lembrando que as "quatro grandes doenças crónicas que a Organização Mundial de Saúde reconhece são as doenças cardiovasculares, o cancro, a diabetes e as doenças respiratórias" e que estas são responsáveis por "cerca de 90% da mortalidade nos países desenvolvidos".
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No caso específico da diabetes, os atrasos nas consultas de cirurgia vascular "podem implicar situações de agravamento da circulação nos membros inferiores", com José Manuel Boavida a revelar que "informações de alguns hospitais" indiciam um aumento das amputações e dos casos de retinopatia. Para combater esta realidade, sublinha, é necessário "levantar estes números para conhecer as necessidades absolutas de intervenção".
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Em plena crise da Covid-19, o presidente da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal estima que nos meses de março e abril podem ter ficado por diagnosticar milhares de doentes.
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"Serão entre 10 a 20 mil pessoas que poderão não ter tido um diagnóstico de diabetes e uma intervenção precoce, que é aquela que permite evitar complicações que vão ser muito mais dispendiosas", tanto para o Serviço Nacional de Saúde como para a pessoa em questão.