"É uma medida permanente." Montenegro pede a Costa que assuma que os pensionistas vão perder dinheiro
Luís Montenegro não espera que António Costa assuma os impactos na dimensão dos aumentos das pensões nos próximos anos, mas faz o apelo: "gostava que o primeiro-ministro assumisse isso logo."
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O presidente do PSD, Luís Montenegro, pediu esta segunda-feira ao primeiro-ministro que assuma que os pensionistas vão perder dinheiro a partir de forma "permanente" a partir do próximo ano.
No arranque da semana 'sentir Portugal', em Viseu, o líder social-democrata assinalou que os aumentos das pensões e das reformas decorrem da lei e que só em "anos de excecionalidade", como "aqueles que decorrem da bancarrota que o anterior governo do PS trouxe ao país", é que a fórmula não é aplicada.
Luís Montenegro sustentou que o que o Governo está a ocultar que, com os apoios anunciados no pacote Famílias Primeiro, "está a tirar mil milhões do sistema e esses mil milhões terão efeitos na dimensão dos aumentos de todos os anos a partir do próximo ano, de todos sem exceção".
O líder do PSD não tem, por isso, dúvidas: esta é "uma medida permanente que fica para todos os anos" e desafia o executivo socialista a dizer isso mesmo aos pensionistas. "Gostava que o primeiro-ministro assumisse isso logo", disse Montenegro, acrescentando não acreditar que António Costa o vá fazer.
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O presidente social-democrata iniciou esta segunda-feira em Viseu o programa 'Sentir Portugal', que o levará, ao longo dos próximos dois anos, a passar uma semana por mês em cada um dos distritos do país, promessa que tinha feito no discurso de encerramento do Congresso em que foi confirmado como líder do PSD, em 1 de julho.
O Governo anunciou, no passado dia 5, um pacote de medidas para apoiar "de imediato" as famílias a fazer face à inflação, no valor global de 2.400 milhões de euros. Entre os apoios anunciados está a atribuição de meia pensão aos reformados e pensionistas já em outubro e um aumento entre 4,43% e 3,53%, em janeiro, em função do valor da sua pensão.
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A medida foi duramente criticada pela oposição, que acusou o executivo de "fraude" e de "truques", lançando o debate em torno da sustentabilidade da segurança social. À TSF, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social justificou que aplicar a fórmula automática no aumento das pensões levaria que a sustentabilidade da segurança social perdesse 13 anos de vida.
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