Fernando Medina admite que Governo é "criticado por esta prudência", mas afirma que esse é "o grande ativo na condução da política e económica".
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O ministro das Finanças, Fernando Medina considerou, na tarde desta segunda-feira, que as previsões macroeconómicas da Comissão Europeia são "boas notícias" para Portugal. Porém, questionado sobre possibilidade de adotar medidas adicionais de apoio para "melhorar as condições de vida dos portugueses", o ministro alerta para a necessidade de agir "com prudência".
"Se se concretizar aquilo que são hoje as projeções que há relativamente à economia portuguesa, isto vai nos permitir encarar de uma forma mais sólida todo o exercício orçamental do 2024 e anos seguintes", afirmou o ministro, advertindo, porém, que "convém termos sempre em atenção o seguinte, nós temos que dar passos que sejam sempre compatíveis com o tamanho da perna".
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"Não podemos tomar medidas de natureza estrutural, no país, como sejam medidas de natureza fiscal, medidas do ponto de vista da despesa, que não nos permitam ter a certeza que em qualquer circunstância as podemos cumprir", afirmou Fernando Medina, cauteloso relativamente "a num cenário adverso, [e] de maior dificuldade".
"Sei que por vezes somos criticados por esta prudência, mas eu creio que a prudência na condução da política e económica, é um grande ativo que temos que ter", afirmou, já depois de ter comentado com satisfação as projeções macroeconómicas apresentadas pela Comissão Europeia.
"São boas notícias para o nosso país, porque apontam para que Portugal vá ter um crescimento muito significativo durante o ano de 2023, mais do dobro do que aquilo que é estimado para o crescimento das economias da zona euro, uma inflação mais baixa do que aquilo que era previsto, muito em linha com as projeções do Governo, o emprego em alta e uma capacidade, no fundo, que significa este crescimento económico importante que o país terá durante este ano, uma capacidade de continuarmos a apoiar e melhorar as condições de vida dos portugueses", destacou o ministro.
No documento, Bruxelas antecipa que as medidas de apoio à fatura da energia "deverão ser completamente eliminadas em 2024", salientando que "o custo orçamental líquido das medidas de apoio à energia" está projetado para 0.8% do PIB em 2023", destacando-se "a diminuição considerável" quando comparada com os 2.0% de 2022.
Questionado sobre se o Governo pretende levantar a medida Fernando Medina admite que ela "hoje já não se justifica", da mesma forma que no ano passado.
"Seguiremos a orientação geral que tem sido estabelecida para os vários países e que corresponde ao facto de, nos mercados energéticos, para já, naquilo que nós conhecemos e são as projeções durante o ano de 2023, haver hoje já em algumas áreas em que os preços já estão mesmo inferiores aos preços que tínhamos antes do conflito", afirmou.
"Podemos ver num conjunto de áreas em matéria energética e, por isso, são áreas em que hoje não se justifica estar a haver uma subsidiação da dimensão que houve, porque os preços estão de facto a nível já inferiores àqueles que existiam antes do conflito e isto é, que motivaram a existência dos apoios públicos", afirmou.
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