O líder do Chega adjetiva os números de Bruxelas, que preveem um crescimento de 2,4 por cento, como "artificiais".
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André Ventura desvaloriza a previsão de Bruxelas para o crescimento da economia portuguesa e defende que o crescimento de Portugal é "anémico". De acordo com os números da Comissão Europeia, Portugal consegue a terceira maior taxa de crescimento da zona euro, de 2,4 por cento.
As projeções foram revistas em alta, mas os números continuam a não convencer o partido liderado por André Ventura, para quem "o Governo continua a falhar", deixando-se "ultrapassar" por outros países da zona euro, mais pobres do que Portugal.
Em conferência de imprensa, marcada antes de a Comissão Europeia anunciar os novos dados, o líder do Chega adjetivou os números de Bruxelas como "artificiais".
"O crescimento anunciado para a economia portuguesa é um crescimento anémico. É anémico quando temos em conta que estão disponíveis dezenas de milhares de milhões de euros de fundos comunitários para fazer a economia crescer. Portugal devia estar a crescer muito mais com o PRR", defende.
Socorrendo-se aos dados de Bruxelas, que indicam ainda que a economia portuguesa está a ser auxiliada pelo turismo, André Ventura lembra que o turismo em Portugal beneficia das "circunstâncias internacionais", desde logo, com a guerra no leste da Europa.
"Portugal não está a exportar mais tecnologia, nem matérias-primas. Não está a inovar. Está a viver de duas realidades: o aumento do consumo interno e o aumento do turismo", diz.
Aos jornalistas, André Ventura abordou ainda os constrangimentos vividos pelos lisboetas com os transportes públicos, anunciando que o Chega vai apresentar um requerimento para ouvir o secretário de Estado da Mobilidade Urbana no Parlamento.
Além da falta de transportes públicos, o Governo admite ainda que as obras em Lisboa e no Porto podem sofrer uma derrapagem de 500 milhões de euros. Para o líder do Chega, estão em causas "falhas no planeamento".
"Todas as entidades envolvidas dizem que estão no limite, mas isto devia ter sido acautelado antes. Não há alternativas e todas a obras começaram em simultâneo. O gasóleo e a gasolina ainda hoje aumentaram e isto era absolutamente desnecessário", nota.
O Metro de Lisboa já assegurou que vai existir um reforço de carruagens para mitigar os constrangimentos. As obras que afetam a linha verde e a linha amarela devem estar concluídas no final de junho.