Costa avisa que é preciso "continuar a pedalar" a bicicleta para a economia não parar
Líder do Governo não quer o país a descansar sob as "boas notícias" económicas.
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O primeiro-ministro António Costa mostrou-se esta segunda-feira satisfeito com as previsões económicas da Comissão Europeia para Portugal, mas alertou que é preciso "continuar a pedalar" para que a bicicleta, a que equiparou a economia, não pare.
Nas previsões hoje divulgadas, Bruxelas revê em alta a projeção de crescimento da economia portuguesa deste ano para 2,4%, a terceira maior taxa da zona euro, ajudada pelo turismo, revelando-se mais otimista do que o Governo.
A partir da Islândia, onde protagonizou a primeira visita de Estado por parte de um primeiro-ministro português, António Costa realçou que esta previsão sinaliza que o Governo pode "manter a trajetória" que tem seguido, tanto para "reforçar o impacto da economia na vida dos portugueses", mantendo um "elevado nível de emprego", como para "manter a trajetória de recuperação de rendimentos".
Costa reforçou o objetivo de garantir que "no final desta legislatura os salários dos portugueses aumentam o seu peso no PIB para 48%, a média comunitária".
Ainda assim, e apesar do que reconheceu serem "boas notícias", o primeiro-ministro avisou que tal "não nos deve fazer descansar".
"Deve fazer-nos compreender que, tal como nas bicicletas, ou continuamos a pedalar e a economia continua a crescer ou, se paramos de pedalar, a bicicleta para e até pode mesmo descarrilar. Portanto, continuemos a pedalar e a economia continuará a dar bons resultados", desafiou o líder do Governo.
Nas previsões económicas de primavera, a Comissão Europeia melhorou também a projeção de crescimento do PIB português para este ano face aos 1% previstos em fevereiro e manteve a previsão de uma taxa de 1,8% para 2024.
A previsão para este ano coloca Portugal no top três dos países da zona euro com a maior taxa de crescimento deste ano, a par da Grécia, apenas ultrapassados pela Irlanda (5,5%) e por Malta (2,4%).
Bruxelas prevê também que o défice português diminua para 0,1% este ano, o menor da zona euro, o melhor resultado à exceção dos excedentes previstos para a Irlanda e Chipre, estando mais otimista do que o Governo.
Nas previsões económicas de primavera, a Comissão Europeia aponta para uma redução do défice português de 0,4% do PIB em 2022 para 0,1% este ano e 2024.
A projeção coloca Portugal como o país com o menor défice da zona euro e da União Europeia (UE) este ano, um resultado orçamental apenas ultrapassado pelos excedentes projetados para Irlanda (1,7%) e para o Chipre (1,8%) - e pelos 2,3% previstos para a Dinamarca.