Em dia de reabertura do comércio em Coimbra houve corrida aos tecidos... para máscaras
Ruas da baixa continuam com pouco movimento, mas houve quem não tivesse mãos a medir.
Corpo do artigo
Jorge Mouro trabalha numa loja de tecidos na baixa de Coimbra. O primeiro dia de trabalho foi "aflitivo, por causa das condições de trabalho" (a obrigatoriedade de uso de máscara) e porque "houve muito movimento". Todos os clientes queriam a mesma coisa: tecido para máscaras. "É só o que se vende", garante, e "nos próximos dias deve continuar".
Na rua ao lado, numa loja de roupa para crianças, Manuel Pedrosa diz que o movimento "nunca mais é o que era, mas não me posso queixar porque têm vindo pessoas".
TSF\audio\2020\05\noticias\05\diana_craveiro_baixa_coimbra
"Se for para escolher o enxoval do bebé vem o pai, a mãe, o padrinho, a madrinha, o avô e a avó, e é uma confusão. Agora já não podem. Ainda hoje atendemos um cliente, e eram quatro ou cinco pessoas, mas ficaram na rua. Só entraram duas", conta.
Também na loja de lãs de Maria Oliveira o dia foi uma azáfama e o telefone não para de tocar. "As pessoas estavam famintas de tricô. Estivemos quase dois meses fechadas e hoje passámos o dia todo a trabalhar, foi muito bom".
"Ainda há pessoas a tentar entrar sem a máscara, mas eu não deixo", garante Maria Oliveira, que, pela quantidade de chamadas que recebeu - "mais de 50!" - já sabe que os próximos dias vão ser de "muito trabalho". Mais uma vez, a procura de roupa é para os mais pequenos, principalmente "lãs para os enxovais de bebés que vão nascer".
De fora da correria, ficaram ourivesarias, lojas de artigos para casa e sapatarias. Para Luís Alves o primeiro dia não foi bom, "é para esquecer". Queixa-se da falta de movimento - "só se vê meia dúzia de pessoas na rua" - e diz que "é quase impossível sobreviver. Isto fecha tudo. A continuar assim, daqui a dois anos não há comércio na rua". Também Manuel da Silva, que tem uma sapataria, lamenta o mesmo. As vendas foram "quase nada", porque "aparece muito pouca gente. As pessoas têm medo de ir para a rua".
Os comerciantes esperam que nas próximas semanas comece a haver mais pessoas na baixa de Coimbra. E todos têm a mesma exigência: cliente sem máscara não entra.
12153498