Três fiscais da EMEL terão partido três dentes e o nariz à vítima, um homem de 35 anos.
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A EMEL - Empresa de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa instaurou um inquérito para apurar "responsabilidades disciplinares" de agentes de fiscalização envolvidos numa alegada agressão, mantendo-os agora em funções sem contacto com o público.
"A EMEL instaurou de imediato um inquérito para apurar responsabilidades disciplinares e quanto à eventual violação do Código de Conduta em vigor na empresa, colocando desde já os agentes de fiscalização envolvidos nesta situação em funções que não envolvam o contacto com o público, até decidir, se for o caso, a sua suspensão preventiva", lê-se numa resposta enviada à Lusa.
O Correio da Manhã (CM) noticiou esta terça-feira uma alegada agressão sobre um homem de 35 anos por parte de três fiscais da EMEL, que terão partido três dentes e o nariz à vítima.
A empresa esclareceu que o exercício das funções de regulação do estacionamento na cidade de Lisboa exige dos seus funcionários de fiscalização de trânsito "a maior correção e sentido de civismo".
"A EMEL repudia todos os atos de violência que decorram do exercício dessas competências, lamentando desde já a situação de violência", ocorrida na segunda-feira, refere a mesma nota.
Luís Natal Marques, presidente da EMEL durante 8 anos, de 2014 até ao ano passado, olha para o caso com preocupação. Apesar de condenar a alegada agressão dos fiscais da empresa, afirma que os trabalhadores podem ter tido "uma reação extremada" face a uma interação anterior, mesmo que tenham a formação necessária para não atuar desta forma.
Natal Marques diz que, durante os anos em que liderou a empresa, nunca houve agressões, mas que eram comuns desentendimentos entre os fiscais e os condutores.
A falta de formação não é um problema entre os fiscais, mas Luís Natal Marques defende que o mesmo não se pode dizer dos condutores.
O antigo presidente considera ainda que este caso foi isolado e que não é uma prática comum na empresa, ao mesmo tempo que assegura não existir uma caça à multa.
A empresa reconheceu também as dificuldades dos seus agentes de fiscalização, lembrando que muitas vezes são "alvo de intoleráveis agressões físicas e psicológicas no exercício das suas funções", como, acrescentou a EMEL, foi agora o caso.
A agressão, de acordo com o Correio da Manhã, aconteceu na Avenida da República, quando a vítima esperava dentro do carro pela sua mulher. Após um fiscal da EMEL ter passado de moto e mandado retirar o veículo, o condutor recusou, argumentando que não iria sair do carro.
Segundo o jornal, originou-se uma troca de palavras entre os dois, até que um segundo funcionário da EMEL se aproximou e agrediu o condutor com um soco. Posteriormente, surgiu um terceiro que se juntou aos outros dois colegas, acabando os três por pontapear a vítima que já se encontrava fora do carro e no chão.
As agressões só terão acabado devido à intervenção de populares que se aperceberam do incidente, de acordo com o CM.
Fonte da PSP confirmou à Lusa ter identificado as pessoas envolvidas no incidente, todos funcionários da EMEL, com idades entre 43 e 47 anos, mas sem detenções até ao momento.
Segundo a mesma fonte, o homem, de 35 anos, foi assistido no local pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), tendo sido posteriormente transportado para o Hospital de São José.