"Era aquilo que pretendíamos e queríamos." Músicos do Stop contentes com solução da autarquia
À TSF, Rui Guerra afirma que os músicos poderão regressar na próxima semana para continuar o trabalho e os espetáculos de verão.
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A Associação de Músicos do Stop aprova a solução temporária encontrada pela Câmara Municipal do Porto para que o centro comercial e cultural continue a funcionar.
Para o presidente da associação, Rui Guerra, diz que esta proposta é "ótima".
"Aliás, ontem fui exatamente eu que lhe pus essa questão, porque estávamos parados há três dias e a previsão era pararmos no verão, e isso era inconcebível, e surgiu esta situação e esta resolução e é excelente para nós. Isto permite abrirmos e ocuparmos as salas já na próxima semana e continuarmos o nosso trabalho e os espetáculos de verão que estamos na época forte. Acho excelente", disse à TSF o líder da associação dos músicos.
A proposta de Rui Moreira está dependente do condomínio que tem de aceitar as condições. Os músicos não têm dúvidas que isso irá acontecer rapidamente.
Quanto à garantia deixada pelo autarca em conferência de imprensa de que não vai autorizar nenhum projeto imobiliário "que não tenha uma utilização pertinente com aquilo que hoje acontece" no STOP, Rui Guerra diz que também estas palavras de Moreira... vão precisamente ao encontro daquilo que os músicos do STOP pretendiam ouvir.
"Antes da conferência de imprensa, nós tivemos reunidos e eu próprio estive nessa reunião. O que acontece é exatamente isso. Em outubro pode haver a situação e eles vão entrar em contato com os representantes de proprietários, que é o gestor do condomínio, e essa hipótese surgiu e, por um lado, ainda bem, que é a compra do edifício todo ou então um aluguer durante x anos. Haver um acordo de um pagamento anual e nós continuarmos lá e fazer-se aquelas obras que realmente são necessárias para legalizar o edifício. Isso para nós é excelente, não é? Era aquilo que nós pretendíamos e queríamos", disse Rui Guerra.
O presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, apresentou esta sexta-feira uma solução temporária para que o centro comercial e cultural Stop possa continuar a funcionar sob certas condições, mas isso só acontecerá caso a administração do condomínio as aceite.
"Numa primeira fase, tal como aquilo está hoje, terá de ter lá um carro de bombeiros permanente com a presença de cinco operacionais que têm de estar lá em permanência durante a utilização do espaço. Entretanto, aquilo que teremos de fazer a seguir ou durante esse prazo, se assim quiserem, é um investimento naquilo que são os meios de segurança que foram verificados que não estão em condições. Estamos a falar em mangueiras, agulhetas, todas aquelas condições que vocês conhecem noutros centros comerciais e que ali não existem e que têm de ser dada também formação aos utilizadores regulares do centro para, no caso de haver um incêndio", explica o autarca, dizendo que estas condições poderão manter o Stop em funcionamento até outubro, altura em que se concluirá um processo de licenciamento para obras no edifício.
Mas há mais: "Os bombeiros demoram cerca de sete minutos a chegar lá. O que é que isto implica? Naturalmente, implica algumas alterações de uso. Uma delas tem a ver com os horários de funcionamento. Nós não podemos ter lá um corpo de bombeiros mais do que 12 horas, por razões inclusivamente laborais e também não temos o número bombeiros suficiente para garantir o funcionamento daquilo durante 24 horas. Nem seria exequível, até porque é o município que vai pagar esta verba. Nada disto será pago naturalmente, nem pelo centro, nem pelos utilizadores."
Ainda assim, estas condições terão de ser aceites pela administração do condomínio para que o funcionamento seja retomado.