"Espanto e desalento." Associação de Cuidados Paliativos fala em "oportunidade perdida"
Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos está descontente com a exclusão do Estatuto de Cuidador Informal na proposta da lei de bases da Saúde, algo que diz ser uma oportunidade perdida para Portugal se aproximar da Europa.
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Espanto e desalento. É assim que uma plataforma de três associações recebe a notícia de que o Estatuto do Cuidador Informal não está na proposta da Lei de Bases da Saúde.
Para Duarte Soares, presidente da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativo, a não inclusão do Estatuto na proposta é mesmo uma oportunidade perdida para aproximar Portugal do resto da Europa.
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"Total incompreensão e insatisfação e não podemos reagir de outra forma atendendo aos meses e anos de colaboração construtiva na tentaiva de aproximar Portugal da política europeia. É um equívoco este adiar da realidade e urgente dar condições aos cuidadores informais", contou Duarte Soares à TSF.
Apresentada ontem, a lei de bases da saúde parte das conclusões de um grupo de trabalho liderado por Maria de Belém Roseira. No seu parecer o grupo de trabalho que lidera sublinhou que seria positivo incluir o Estatuto do Cuidador Informal na legislação. Sugestão que o ministério da Saúde optou por não seguir, colidindo com as leituras do presidente da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativo que não concorda com a opinião de Marta Temida, ministra da Saúde.
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Não considerando hipotecada a intenção de fazer algo em relação aos cuidadores informais, a ministra diz que "o cuidador informal é muito mais do que apenas saúde" e afeta setores como os fiscais, os apoios sociais e a educação e, por isso, "não fazia sentido detalhar a um nivel de lei de bases que, em última instância, tem intervenção de outros setores."
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Já o presidente da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativo, Duarte Soraes, fala do trabalho realizado "no sentido de criar condições para os cuidadores de uma forma definitiva e clara que era colocar o Estatuto na lei de bases e não estar à espera que, não havendo esse Estatuto, depois que haja iniciativas pouco claras e consistentes."
As várias associações de cuidadores ponderam agora pedir uma audiência ao Presidente da República que é acusado pelo PCP e pelo de Esquerda de condicionar o debate sobre a Lei de Bases da Saúde.
Marcelo Rebelo de Sousa já se mostrou, por várias vezes, favorável à causa dos cuidadores informais.
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