Contra a pandemia da Covid-19 que afetou as mais célebres bifanas do país, Vendas Novas apostou na criação de esplanadas em plena via pública. A autarquia chegou a cortar duas ruas ao trânsito para assegurar distanciamento entre as mesas. Em menos de uma semana, há quem registe aumento do negócio e há quem continue à espera de melhores dias.
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É hora de almoço e a carne está pronta para ir ao lume, mas numa das casas de bifanas de Vendas Novas faltam clientes. "Num dia normal já estávamos cheios e andaria a correr para servir as mesas", atesta Ricardo, enquanto a dona do estabelecimento confirma que os dias não estão fáceis, mas que o cenário vai melhorar.
"As pessoas ainda estão a ver como é que isto vai evoluir, precisam de confiança. Talvez mais uns dias e comecem a sair mais para a rua", diz Célia Santos.
Numa outra casa ali ao lado, Ana Paula já regista um ligeiro aumento da clientela, sobretudo depois da autarquia ter decidido cortar duas ruas paralelas à Estrada Nacional 4 para criar generosas zonas de esplanadas, onde as mesas asseguram o necessário distanciamento social.
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"Tínhamos seis mesas, mas agora passámos a ter 14, o que é muito bom. À hora de almoço e jantar já chegámos a encher. Depois da crise pela qual passámos, parece que está a ficar mais animado", revela, admitindo que "os clientes sentem-se mais seguros ao ar livre".
É Luís Aleixo quem confirma esta versão. Parou em Vendas Novas, precisamente, para comer bifanas numa das esplanadas e é já com o prato na frente que testemunha a tranquilidade com que se sentou à mesa. "Parece-me que o serviço até tem mais qualidade, porque está um dia bonito e podemos estar aqui fora a desfrutar deste ambiente", sublinha.
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Bernardino Cruz também se assume em segurança perante a esplanadas, ressalvando que há cautelas a ter conta. "Todos temos de colaborar para nos sentirmos bem. Isso é possível se mantivermos as distâncias e usarmos máscaras de proteção. De certeza que rapidamente as coisas vão melhorar na nossa economia", sustenta.
O presidente da Câmara de Vendas Novas, Luís Dias, ressalva que aposta no corte das ruas teve o objetivo de ajudar os empresários do concelho em tempos de crise, assegurando que os postos de trabalho se mantenham.
"Algumas das casas são mesmo muito pequenas e não tinham qualquer capacidade de sustentabilidade com as regras de segurança que são impostas", justifica o autarca, acrescentando que as esplanadas aumentam "a capacidade de resposta e de negócio, garantindo um afastamento social e permitindo que as pessoas desfrutem da restauração em segurança."
A autarquia avança que outras casas de bifanas e espaços de restauração também vão ter novas áreas destinadas a esplanadas.