Esquerda e CDS lembram que Sócrates não falou sobre parte do acordo com troika
A oposição de esquerda assinalou que o primeiro-ministro não revelou parte do acordo feito com a troika sobre a ajuda externa a atribuir a Portugal. O CDS-PP apresenta o mesmo argumento.
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O PCP considerou que o acordo entre Governo e a troika sobre a ajuda externa a Portugal vai resultar numa «linha de ataque aos trabalhadores».
O comunista Francisco Lopes, que lembrou que uma parte do essencial deste acordo não foi revelada, prevê a «alteração da legislação de trabalho para se poder condicionar e diminuir salários, facilitar despedimentos, embaratecendo e reduzindo as indemnizações».
«É uma linha de privatização, pelos vistos, de tudo, menos da Caixa Geral de Depósitos. É um conjunto de medidas que atacam os mais idosos, que compromete o presente e o futuro dos mais jovens, que conduz à falência de milhares de PME, que provoca a recessão económica, mais desemprego e dependência», concluiu.
O bloquista Francisco Louçã lembrou que o «primeiro-ministro não disse o montante do empréstimo, o juro do empréstimo e não falou das condições do empréstimo».
«Registo, no entanto, que a sua satisfação é irmanada pela satisfação do PSD que, pelos vistos, não conhece também a iniciativa», acrescentou.
Heloísa Apolónia, d'Os Verdes, explicou que o «primeiro-ministro revelou a forma pela qual não vai ao bolso dos portugueses, mas não revelou a forma pela qual vai ao bolso dos portugueses».
«Não falou de impostos, de redução de apoios sociais, portanto vão ser anunciadas dificuldades dramáticas ao país, as quais o primeiro-ministro não anunciou hoje», recordou.
A deputada deste partido ecologista, que «rejeita este remédio», sublinhou ainda que se «esta troika vem aqui «aplicar a receita de Grécia e Irlanda estamos no mau caminho».
A democrata-cristã Assunção Cristas frisou também que só sabe «um bocadinho do acordo», muito embora o CDS-PP se tenha congratulado por não ter havido mexidas mas pensões mais baixas.
«Mas não sabemos ainda o que está no acordo. Por exemplo, não sabemos nada em relação à fiscalidade», acrescentou esta parlamentar, que lembrou também que nada de sabe sobre o «corte do desperdício do Estado» e sobre o TGV.