Perante as medidas contidas no programa do XIX Governo, e as que hoje poderá anunciar, a oposição mais à esquerda não coloca de parte uma moção de rejeição ao documento do Executivo.
Corpo do artigo
A esquerda não abre o jogo, a começar pelo Bloco, que recusa antecipar qualquer posição, alegando que ainda vai reunir esta manhã, para preparar o debate. Mas, dito isto, os bloquistas deixam um aviso: não excluem avançar com uma moção de rejeição.
Os comunistas também se fecham em copas. Depois da recusa em participar nas negociações com a "troika", e de um primeiro comentário negativo ao programa do Governo, o PCP não diz o que pretende fazer. Embora não seja descabido que tanta crítica à direita dê lugar a mais uma moção.
Quanto aos socialistas, só esta manhã, Maria de Belém vai ouvir a opinião dos deputados, na certeza de que a posição que vier a assumir será concertada com os dois candidatos a secretário-geral do partido. E com um dado importante em cima da mesa: não será fácil ao PS justificar um "Não" ao programa de Passos Coelho, depois de ter carimbado o memorando que viabilizou a ajuda externa.
Perante este cenário, e na incerteza do que fará a oposição, o Governo pode escolher um de dois caminhos: não fazer nada ou avançar com uma moção de confiança, suportada pelos partidos da maioria PSD e CDS.
Fonte social-democrata adiantou à TSF que esta segunda opção é pouco provável porque o Executivo não sente essa necessidade e também não acredita que a esquerda comece este ciclo político "batendo o pé", quanto mais não seja por causa do apelo ao consenso, vindo de Belém.
Mas se isso vier a acontecer, a mesma fonte garante que o PSD agirá em conformidade.