"Está a ver aquele buraco na prateleira das fraldas para bebé? Foram para a Ucrânia"
Há supermercados, lojas e mercearias onde os efeitos da guerra já se sentem. Há falhas de alguns produtos, mas por enquanto só aqueles que os portugueses têm comprado em grandes quantidades para enviar para a Ucrânia.
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Mais do que falhas, o que alguns comerciantes notam é que houve uma súbita procura de alguns bens "de repente começaram a aparecer grupos de pessoas que não são nossos fregueses, mas que começaram a comprar montes de toalhitas, fraldas, cotonetes, pasta de dentes." Paulo vai enumerando um a um os artigos de higiene que é preciso reabastecer mais vezes desde que começou a guerra e a onda solidária.
No mesmo bairro das Laranjeiras, em Lisboa, outro supermercado de uma cadeia concorrente é ainda mais óbvio. "São produtos de parafarmácia, como álcool, mas também está a ver ali o corredor das fraldas? "Pois, as prateleiras estão quase vazias, em resposta a tantos relatos de tantas crianças pequenas que vão saindo da Ucrânia ao colo.
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"Aqui não sinto ainda falhas de abastecimento, mas as maiores empresas fornecedoras de ovos já avisaram que vão poder vender menos quantidades", conta o funcionário de outra mercearia, atrás da máquina registadora. Está a fazer a conta a três boiões de creme, encomendados há dias por um freguês. "Se não encomendasse não tinha", queixa-se José. Contrapõe de imediato outra freguesa que "não, até hoje nunca precisei de nada qu e não houvesse".
A grande queixa é, por enquanto, nos preços. Enquanto paga os boiões de creme previamente encomendados, José Carvalho conta como uma história extraordinária, a conversa de há pouco na peixaria: "Costumo comprar garoupa que já era cara, à volta dos 19 ou 20 euros, hoje nem garoupa nem quase peixe nenhum e a funcionária avisa que isto agora vai para os 20 ou 21 euros".
Com um olho nas prateleiras e um ouvido na conversa, António Teixeira faz outras contas, "costumo dizer que quando se troca a liberdade pela segurança... perdem-se as duas."
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