"Estas coisas são normais." Rui Moreira tranquilo após buscas na Câmara do Porto
O presidente da Câmara do Porto confirmou ter conhecimento de que foram detidos dois funcionários da autarquia.
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O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, confirmou ter conhecimento de que foram detidos dois funcionários da autarquia, não dirigentes, mas recusou dar mais informações.
"Creio que a Polícia Judiciária já fez um comunicado sobre essa matéria. Sabemos que houve dois funcionários da Câmara do Porto, que não são dirigentes - um do Urbanismo e outro nos Julgados de Paz - que aparentemente terão sido detidos, mas isso é uma matéria que têm de ver com as autoridades competentes. Para já não sei. Tenho de esperar que a PJ informe e colaboramos ativamente com tudo", afirmou Rui Moreira aos jornalistas.
Para já, o autarca desvaloriza as buscas na autarquia, que vê como algo normal e frequente.
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"Estas coisas são normais. A apresentação da Polícia Judiciária e da Procuradoria junto de serviços municipais é algo que acontece com grande frequência. Só não acontece com este aparato", explicou o presidente da Câmara do Porto.
No âmbito da Operação Babel foram detidos o vice-presidente do município de Gaia, Patrocínio Azevedo (PS), que tem o pelouro do Planeamento Urbanístico e Política de Solos, Licenciamento Urbanístico, Obras Municipais e Vias Municipais, "suspeito de receber luvas de mais de 120 mil euros através do seu advogado", também detido, "que faria a ponte com os dois empresários do ramo imobiliário, igualmente detidos", explicou à Lusa outra fonte ligada à investigação.
Os dois empresários detidos são o diretor-executivo e fundador do Grupo Fortera, Elad Dror, e Paulo Malafaia, que já o havia sido no âmbito da "Operação Vórtex", ao abrigo da qual o ex-presidente da Câmara de Espinho Miguel Reis se encontra em prisão preventiva.
Foram também detidos dois funcionários da Câmara do Porto, um deles chefe de uma divisão da área urbanística e outro com ligações a esta divisão, e um técnico superior da Direção Regional de Cultura do Norte.
Em comunicado ao final da manhã de terça-feira, a Câmara Municipal do Porto afirmou que as buscas da PJ nos serviços municipais do urbanismo não visam o município, mas empresas privadas com processos urbanísticos ali a tramitar.
Além disso, a autarquia confirmou que a PJ estava a analisar dois telemóveis, sem avançar a quem pertencem.
Anteriormente, fonte da Câmara do Porto confirmou terem sido apreendidos os telemóveis do vereador do Urbanismo, Pedro Baganha, e de uma chefe de divisão do Urbanismo.