O ex-director do SIED (Serviço de Informações Estratégicas de Defesa) negou ter fornecido informações secretas à empresa Ongoing, como noticia a imprensa.
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«Nego qualquer irregularidade no exercício das minhas funções ou qualquer quebra de sigilo ou violação de segredo de Estado», afirmou Jorge Silva Carvalho, numa declaração prestada à agência Lusa a propósito da notícia hoje publicada no semanário Expresso, segundo a qual teria fornecido informações secretas às Ongoing, empresa que mais tarde o contratou.
O antigo director do SIED disse ainda que quer ver «integramente apurados todos os factos que vêm descritos no jornal» e que já pediu uma audição à Comissão Parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdade e Garantias.
«Solicitei hoje mesmo ao presidente da comissão, Fernando Negrão, uma audiência, disponibilizando-me para prestar todos os esclarecimentos que entenda sobre a matéria», acrescentou.
Jorge Silva Carvalho disse ainda que, «passados 21 anos de serviço prestado ao país», considera que deve «manter absoluto sigilo sobre as funções exercidas no SIED, salvo perante as entidades competentes».
Segundo o Expresso, o ex-director do SIED terá passado informações para a empresa Ongoing antes de abandonar a chefia dos serviços, em novembro de 2010.
O jornal refere que as informações passadas à Ongoing, a sua actual entidade empregadora, estavam relacionadas com dois empresários russos, e outras sobre metais estratégicos, ambas no mês de Novembro.
Entretanto, Nuno Morais Sarmento, advogado de Jorge Silva Carvalho, adiantou à Lusa que está a estudar a possibilidade de ser apresentada, na próxima semana, uma queixa-crime no Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa.
«A notícia do Expresso revela a eventual existência de situações de violação de correspondência privada, de utilização indevida da mesma e ainda acesso indevido. É esta a matéria que estou a estudar para uma eventual participação crime», explicou.