Ex-ministro das Finanças diz que nunca deu orientações quanto à venda da coleção Miró
O ex-ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, disse hoje que nunca deu orientação quanto à venda dos quadros de Miró e que a coleção podia ter sido usada «como dação em pagamento da dívida» para a Caixa Geral de Depósitos.
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«Nunca dei qualquer orientação. Ou eu, ou que eu saiba qualquer outro membro do Governo ou do Ministério, qualquer orientação de venda [da coleção de quadros de Miró]. Nem sequer fomos interpelados no sentido de nos pronunciarmos num cenário de venda», disse Teixeira dos Santos.
O ex-ministro do Governo socialista de José Sócrates falava aos jornalistas à entrada para o debate "Consolidação Orçamental e Crescimento Económico", promovido pela Distrital PS Porto, que se realiza esta manhã, nesta cidade.
O ex-ministro das Finanças considerou também que a Caixa Geral de Depósitos até poderia utilizar a coleção como «dação em pagamento da dívida».
«Nem sequer o assunto foi tratado. Creio que nem se deram ao trabalho de ver qual era o interesse artístico e económico da coleção», acrescentou o ex-ministro das Finanças.
Quando questionado sobre se o Ministério Público «trabalhou bem» neste processo, Teixeira dos Santos considerou de imediato que sim: «Fez o seu trabalho. Creio que com uma certa questão de tempo, o Ministério Público andou be», concluiu.
O semanário Expresso noticiou hoje que o «processo de venda de Mirós começou no Governo PS» e que as negociações iniciaram-se em 2008.