Expansão da área de pedreiras da Arrábida: Associação Zero fala em "impossibilidade legal"
Em declarações à TSF, Francisco Ferreira mostra-se surpreendido pelo facto de o estudo de impacto ambiental relativamente ao projeto da Secil estar em consulta pública. O presidente da Zero refere-se a algo "impossível" por lei.
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O estudo de impacto ambiental do projeto da Secil, que quer alargar a área de exploração das pedreiras na Serra da Arrábida, está em consulta pública até 29 de março. A associação ambientalista Zero não percebe como pode haver um estudo ambiental sobre algo que não é possível por lei e espera que o Ministério do Ambiente não abra agora uma exceção.
"Nós nem conseguimos perceber como é que está a decorrer uma avaliação de impacto ambiental sobre algo que, para nós, é impossível. A legislação do Parque Natural da Arrábida é muito clara ao impedir a expansão da área de pedreiras", explica à TSF Francisco Ferreira.
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"Neste caso, é claramente uma ampliação e, portanto, volto a dizer: para nós essa é uma impossibilidade legal, que esperamos que o Ministério do Ambiente e Ação Climática não abra qualquer exceção, porque a lei é clara", sublinha, acrescentando: "Surpreende-nos haver sequer esta possibilidade de estar em avaliação de impacto ambiental algo que é impossível."
A Secil quer alargar a área de exploração das pedreiras na Serra da Arrábida. O plano prevê a ampliação da área em 18,5 hectares, para garantir reservas próprias para a nova linha de produção de cimento. A empresa garante que o projeto é "mais sustentável do que o atual, com menos impactos na paisagem e no ambiente".
Segundo o projeto "Novo Plano da Pedreira", citado pelo jornal Negócios, esta é uma solução económica e ambientalmente melhor para os ecossistemas.
Em resposta à TSF, a Câmara Municipal de Setúbal sublinha que a autarquia irá pronunciar-se, mais tarde, em parecer dos serviços, que será submetido à apreciação da câmara.