"Falam em reformas, mas poucos dão a cara." Costa cita IRS, habitação e lei das Ordens para atacar PSD
O secretário-geral do PS participa nas jornadas parlamentares do partido, na Madeira, "único círculo onde o PS não venceu nas legislativas." António Costa promete que a redução de IRS, em 2026, será o "dobro" da proposta pelo PSD e que a Lei das Ordens é para avançar.
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António Costa recorreu, mais uma vez, à rábula do "eles falam, falam" para contrapor as "reformas" do atual Governo com a "falta de alternativa" do maior partido da oposição.
"A oposição foge de debater os problemas do fundo do país, foge de apresentar alternativas e só quer discutir fait divers, casos e casinhos", acusou o secretário-geral socialista, no jantar que marcou o arranque das jornadas parlamentares do PS, na Madeira.
Para ilustrar que "quem tem soluções é o PS e quem não tem soluções são as oposições," António Costa começou por referir a redução de impostos, lembrando que foi um dos pontos de divergência na última campanha legislativa e que o PSD "vem, agora, dar o dito por não dito."
"Já apresentamos, na Assembleia da República, o nosso plano de redução do IRS para os próximos anos e que podemos dizer que, até final de 2026, o IRS baixará o dobro do que aquilo que o PSD se propunha baixar lá para 2025 ou 2026," prometeu Costa aproveitando para lembrar que o atual "guru económico" do PSD é Joaquim Miranda Sarmento, responsável pelo programa apresentado por Rui Rio.
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"Não venha o PSD dizer que, entretanto, mudou de liderança e que o PSD mau era o PSD do Rui Rio e que agora há um PSD bom do Dr. Luís Montenegro. É que para azar do Dr. Rui Rio e para azar do Dr. Luís Montenegro, o guru económico do PSD continua a ser o mesmo: o líder parlamentar do PPD/PSD na Assembleia da República, o homem que era contra a redução do IRS", Miranda Sarmento.
Depois de semanas de forte contestação à nova lei das ordens profissionais, o líder do PS aproveitou ainda para responder "a todos os bastonários e bastonárias."
"Toda a gente quer fazer reformas, mas quando chega o momento a sério de fazer as reformas, aí há muito poucos que dão a cara e determinação para fazer as reformas," criticou.
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"Agora vêm todos os bastonários e bastonárias a protestarem porque está a haver uma reforma das ordens profissionais que nem a troika conseguiu fazer," afirmou António Costa, garantindo que o Governo vai "fazer a reforma das ordens profissionais para garantir aos jovens que concluem o seu curso que têm direito a aceder à profissão que escolherem, sem que as ordens profissionais possam impor barreiras à concorrência e limites à entrada na profissão."
Em ano de regionais na região autónoma, Costa sublinhou que a presença na Madeira, "único círculo eleitoral onde o PS não venceu nas legislativas", é uma manifestação de solidariedade para com o PS local.
Antes, o líder parlamentar do PS tinha sublinhado que os "camaradas da Madeira" têm pela frente "um combate duro e difícil" e que se "os camaradas são para as ocasiões," os deputados socialistas pretendem contribuir para que "os madeirenses possam olhar para o PS como o partido das contas certas."
Já Eurico Brilhante Dias traçou uma linha de comparação entre PS e PSD: "O PS é a solução e o PPD/PSD é o problema," considerou. "Se o Governo tem as políticas certas, com as contas certas, a nossa oposição errou todas as previsões, não acertou uma."
O líder da bancada do PS acusou os social-democratas de "instabilidade política" e de "não apresentar alternativa. Citando o pacote Mais Habitação ou a recente lei das Ordens Profissionais como "reformas importantes", Brilhante Dias considerou que o PSD não passa da "lamúria", enquanto o Governo apresenta resultados com base na maioria clara que lhe foi concedida."