A presidente da Federação académica de Lisboa sublinha, em declarações à TSF, que as resoluções do PS têm "algo transversal": "Não há propriamente uma concretização para todas."
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A Federação Académica de Lisboa saúda as medidas anunciadas esta quarta-feira pelo primeiro-ministro, António Costa, mas apela ao Governo para que não as deixe ficar "na fase de anúncio", apontando ainda um conjunto de melhorias às propostas do Executivo.
Catarina Ruivo, presidente da Federação académica de Lisboa mostrou-se agrada com as medidas anunciadas durante a abertura da Academia do PS para todos os jovens do país. Ainda assim, no caso da devolução das propinas, defende que devia ser fixado um teto máximo para os estudantes de 1500 euros.
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"Esta medida das propinas faz-nos sentido", começa por afirmar, antes de fazer a "questão inversa": "Por que não estabelecer o teto máximo da propina de mestrado nos tais 1500 euros e começar com a medida a devolver apenas essa parte?", questiona Catarina Ruivo, em declarações à TSF, sublinhando que, "muita das vezes, este valor é insuficiente".
A primeira fase do plano do Governo passa por compensar os anos de estudo, desde que os recém-formados não decidam emigrar. No caso das licenciaturas, o secretário-geral do PS prometeu devolver aos estudantes as propinas pagas no ensino público - correspondente a 697 euros - por cada ano de trabalho em Portugal.
Já no caso dos mestrados, como os valores das propinas variam o Governo decidiu fixar o valor de devolução nos 1500 euros por cada ano de mestrado concluído, também pagos por cada ano de trabalho no país.
"Apesar de saudarmos a medida, deixamos também esta questão para que se estabeleça o teto máximo da propina de mestrado, de forma a tornar acessível a todos a formação do 2.º ciclo", explica.
Sobre o passe gratuito para os jovens até aos 23 anos, Catarina Ruivo preferia que a medida se aplicasse a todos os estudantes que estão matriculados no Ensino Superior,
independentemente da idade.
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"Queria assinalar que muitos estudantes quando têm já 23 anos - à partida no segundo ano de mestrado ou no último ano do mestrado integrado - acabam por estar em fase final do curso já com 23 anos, ainda a fazer estágio, apresentação de tese e outros trabalhos e acabam por ser aqui retirados desta medida", destaca, afirmando que a medida deveria ser "alargada", na "ótica de envolver os estudantes" e promover "o estudo ao longo da vida".
A dirigente espera agora que o Governo concretize e esclareça as medidas, saudando também o cheque-livro, que vai ao encontro de uma reivindicação antiga da Federação Académica de Lisboa.
"Este também tem sido um dos motes da Federação Académica de Lisboa, temos feito mesmo muitas propostas a este nível, nomeadamente, este do cheque-cultura - era a forma como nós chamávamos - e não tanto direcionado ao cheque livro. Ainda assim, achamos que continua a ser importante, porque valoriza a cultura e o nosso país", aponta.
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Catarina Ruivo assinala, no entanto, que "não há propriamente uma concretização" definida para as medidas propostas e, nesse sentido, pede mais esclarecimentos e apela ao Executivo de António Costa para ouvir os estudantes.
"A partir de quando é que se vão concretizar? Quais serão as pessoas abrangidas por estas medidas? É outra questão que também fazemos agora ao Governo para que não deixe apenas estas medidas na fase de anúncio e que comece agora a trabalhar junto das associações e federações de estudantes para as concretizar", atira.