"Otimista", mas não "satisfeito". Presidente da APEL aguarda concretização do "cheque-livro"
Em declarações à TSF, Pedro Sobral confessa que só vai ficar "satisfeito no dia em que os índices de leitura e de literacia estejam próximos da média da União Europeia", sublinhando que esta é "só uma medida".
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O presidente da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) mostrou-se esta quinta-feira "otimista" em relação à promessa de oferecer aos jovens um "cheque-livro" por ocasião do seu 18.º aniversário, mas sublinha que só ficará "satisfeito" quando a iniciativa estiver "efetiva".
A medida anunciada esta quarta-feira pelo primeiro-ministro, António Costa, foi proposta no ano passado pela própria APEL, durante a Festa do Livro em Belém. Segundo adiantou o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, em entrevista à TSF e Jornal de Notícias, trata-se de um voucher que poderá ser trocado por um livro.
A medida entrará em vigor em 2024, mas Pedro Sobral - que tem estado a trabalhar com o Governo - sublinha que o mais importante é que esta seja "bem executada" e, por isso, não consegue avançar detalhes sobre o calendário, nem sobre o valor do cheque.
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"O valor ainda não está definido. Aquilo que se pretende, por um lado, é que seja um voucher, uma espécie de um QR Code (um código de barras), que qualquer jovem que reside em Portugal, que faça 18 anos, possa ir a qualquer ponto de venda que venda livros - desde um supermercado a uma livraria - e os compre. Isto será um voucher que será descontado apenas em pontos de venda físico e não compras online", explica, em declarações à TSF.
O presidente da APEL assegura que o trabalho está a ser feito e confessa estar feliz pelo facto de o "Ministério da Cultura e o Governo português" terem aceitado a ideia.
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"Estamos a trabalhar agora com as equipas do ministério, com o gabinete do primeiro-ministro, para ver qual é a execução. Porque mais importante do que anunciar estas medidas, mais importante do que servir como bandeira de apoio, é que ela [a medida] seja bem executada. Isto é uma ideia que a APEL trouxe para Portugal vindo de lá de fora, que sugeriu e ainda bem que foi aceite pelo Ministério da Cultura e pelo Governo -, mas o mais importante é que ela seja bem executada", insiste.
É neste sentido que Pedro Sobral afirma só ficar "satisfeito no momento em que a medida esteja efetiva".
"Eu estarei satisfeito no momento em que os miúdos de 18 anos ou esmagadora maioria deles resgatem estes vouchers e, acima de tudo, estarei satisfeito, como presidente da APEL, no dia em que os índices de leitura e de literacia estejam próximos da média da União Europeia. Esta é só uma medida. E obviamente é um bom passo", destaca.
Lamentando que Portugal seja "o segundo país da Europa com os piores índices de leitura na União Europeia", o dirigente da APEL reafirma: "Acima de tudo estou otimista, não estou satisfeito, porque acho que ainda temos um longo caminho a fazer até que Portugal tenha índices de leitura e de literacia muito próximos da União Europeia."