A decisão foi tomada "após auscultação de todos os envolvidos, entre participantes, editores, livreiros e restantes parceiros".
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A Feira do Livro de Lisboa vai prolongar-se por mais dois dias, até 13 de junho, respondendo ao desafio lançado pelo presidente da câmara na cerimónia de inauguração, o que permitirá reagendar eventos que tinham sido cancelados.
De acordo com a organização, a decisão foi tomada "após auscultação de todos os envolvidos, entre participantes, editores, livreiros e restantes parceiros".
"A Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) foi sensível à vontade da esmagadora maioria e vai manter a Feira aberta ao público por mais dois dias", anunciou a APEL.
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Em declarações à TSF, o presidente da APEL sublinhou que a decisão surge depois de todos os participantes da feira terem sido consultados e de um desafio lançado pelo presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas.
"Na quinta-feira começámos uma consulta a todos os que estão, quer os editores quer os livreiros, restauração, todos que estão presentes. Perguntámos se valeria a pena aproveitar aquilo que o presidente da câmara anunciou na inauguração e a esmagadora maioria disse que sim, que valeria a pena prolongar. Isto, obviamente, tem muita vontade de quem ali está e prende-se com o facto de se ter perdido ali uma parte importante da faturação da feira no primeiro sábado em que estava aberta por causa das comemorações do campeonato pelo Benfica", explicou Pedro Sobral.
Os prejuízos causados pelo fecho antecipado não estão calculados, mas questionado sobre se mais dois dias de Feira do Livro vão recuperar esse prejuízo, Pedro Sobral diz que é difícil porque nenhum dia substitui um sábado de feira.
"Os sábados são os dias mais importantes da feira. Nos sábados, o primeiro é talvez o mais importante e ainda por cima normalmente durante os fins de semana, quer sábado, quer domingo, o tempo de frequência de maior público é ali entre as 16h30 e as 19h00. Perdemos o primeiro sábado, que é relevante e perdemos também esse período de faturação, não só porque há uma série de eventos que se perdeu e durante os eventos também se vendem muitos livros, mas também porque é de facto um período de eleição para os lisboetas e aqueles que nos visitam", acrescentou o presidente da APEL à TSF.
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Deste modo, também a programação cultural será estendida, "com vários dos eventos anulados a serem remarcados".
A 93.ª edição da Feira do Livro de Lisboa, que decorre no Parque Eduardo VII, começou no dia 25 de maio, regressando assim ao calendário tradicional, pré-pandemia, entre maio e junho, com a "maior oferta de sempre", nas palavras da organização.
Este ano, a Feira do Livro de Lisboa conta com 139 participantes, mais de 980 chancelas editoriais e os mesmos 340 pavilhões da edição de 2022.
Para esta edição, são esperados "muito mais escritores" e "mais autores internacionais do que no ano passado", afirmou o presidente da APEL, que tem verificado um aumento da "proatividade nos escritores, que dizem 'quero estar' na feira", em vez de simplesmente esperarem pelos convites.
No entanto, logo no primeiro sábado, a organização viu-se obrigada a antecipar o encerramento da Feira do Livro das 23:00 para as 17:00, por razões de segurança, devido às celebrações da vitória do Benfica, o que implicou o reagendamento ou cancelamento de dezenas de eventos e lançamentos previstos para aquele dia.
A Feira do Livro de Lisboa abre às 11:00 ao fim de semana, e às 12:30 nos dias de semana. O horário de encerramento é às 22:00, durante a semana, e às 23:00 às sextas-feiras, sábados e vésperas de feriado.