Feirantes prometem protestos em Lisboa até que Governo recue na proibição de feiras
O presidente da federação que representa os profissionais das feiras diz que o Governo está a agir como uma "barata tonta" na gestão da pandemia.
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A Federação Nacional das Associações de Feirantes não se conforma com a nova proibição de feiras e mercados de levante em 121 municípios a partir da próxima quarta-feira. A medida foi anunciada este sábado pelo primeiro-ministro, António Costa, e está incluída no novo conjunto de medidas para combater a pandemia de Covid-19.
À TSF, o presidente da federação, Joaquim Santos, adianta que vai pedir audiências urgentes ao Presidente da Republica e ao primeiro-ministro porque a proibição das feiras nos 121 concelhos com mais casos de Covid-19
compromete a sobrevivência dos feirantes. "Ou este Governo vai ter de repensar o que fez ontem ou vai ter, se calhar, uma surpresa muito grande."
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A surpresa, revela Joaquim Santos, é a de que "os feirantes estão todos a preparar-se para rumar a Lisboa com um único objetivo: pedir ao Governo de Portugal, que tanto pede que o PIB aumente, para trabalhar".
"Nunca vi ninguém a ir à Assembleia da República pedir para trabalhar, vai ser a primeira classe a fazê-lo", nota o representante dos feirantes, que diz existir um sentimento generalizado de "alguma revolta e ao mesmo tempo de algum desalento" que o leva mesmo a deixar uma questão: "Porque é que querem matar uma profissão com tanta história, cultura e tradição?"
Joaquim Santos promete mesmo só sair de Lisboa quando for levantada esta proibição, até porque, adianta, os 26 mil empresários do setor sentem-se discriminados.
"Todos os feirantes que operam a nível nacional sentem-se, além de discriminados, perseguidos por um Governo que parece que soltou o Covid-19 todo para as feiras", critica. Questionado sobre se sente que há preconceito, Joaquim Santos não tem dúvidas em afirmar que sim e que é "muito grande".
"Sempre que há novas medidas eu fico a tremer, [o Governo] está obcecado com as feiras e mercados. Não segue as indicações dos virologistas, que pedem às populações que façam a sua vida quotidiana ao ar livre. É uma controvérsia muito grande e parece que, ao fechar feiras e mercados, vamos ter a solução", lamenta o representante, que resume a atuação do executivo: "Parece uma barata tonta que não sabe o que fazer."
Sobre o futuro, Joaquim Santos revela desde já que o primeiro-ministro comprometeu os investimentos já feitos pelos feirantes para a época natalícia e defende mesmo que as feiras são mais seguras
do que os centros comerciais porque estão montadas em espaços abertos.