Fenprof ameaça com greves a avaliações e exames se Governo não responder a reivindicações
Mário Nogueira quer que o Governo aproveite o dia 6 de junho "para, em vez de ser um dia histórico pela força da greve dos professores, poder ser um dia histórico pela resolução do problema do tempo de serviço".
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O secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, desafiou esta sexta-feira o Governo a responder às reivindicações dos professores na reunião de segunda-feira entre o sindicato e o Ministério da Educação e ameaçou com novas greves nas avaliações e nos exames, caso as respostas não sejam as esperadas.
"Na segunda-feira temos reunião no Ministério da Educação e não havendo as respostas que os professores querem ter, que têm a ver com a sua estabilidade, horários de trabalho e tempo de serviço, temos no dia 6 de junho de 2023 (seis anos, seis meses e 23 dias) uma greve nacional e duas manifestações, uma de manhã no Porto e uma à tarde em Lisboa. Dia 10 de junho estaremos em Peso da Régua nas iniciativas do Dia de Portugal. Depois temos as avaliações e os exames e é por aí que vamos entrar", disse o sindicalista no último dia da greve por distritos que dura há 18 dias, desta vez em Lisboa.
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Caso as respostas do Governo não vão ao encontro das reivindicações dos professores, a plataforma de nove sindicatos da educação avisa que poderá marcar novos protestos na próxima semana.
"Nós desafiámos o Ministério da Educação e o Governo a darem resposta ao grave problema que existe hoje do tempo de serviço, precisamente aproveitar o dia 6 de junho de 2023 para, em vez de ser um dia histórico pela força da greve dos professores, poder ser um dia histórico pela resolução do problema do tempo de serviço. Até agora não tivemos respostas. Esperamos tê-las na segunda-feira", acrescenta Mário Nogueira.
O Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (S.TO.P.) entregou novos pré-avisos de greve às provas de aferição entre 16 e 26 de maio, estando também a ser equacionadas novas formas de luta.
Em declarações à Lusa, o coordenador do sindicato, André Pestana, disse que a greve às provas de aferição que terminou na quinta-feira teve uma adesão elevada e há novos pré-avisos de greve entre 16 e 26 de maio, para a qual também não foram decretados serviços mínimos.
"O que temos sentido é que a adesão à greve tem sido em crescendo, tanto é assim que temos recebido [informações] - e vamos levar isso à justiça - de que altos responsáveis relacionados com o Ministério da Educação estão a dar indicações para substituírem professores em greve, uma clara ilegalidade. Qualquer trabalhador em greve não pode ser substituído, o que é grave", avançou.