Reagindo a declarações do ministro da Educação, o líder da Fenprof diz que não sabe o que Nuno Crato dirá aos professores que estão em risco de ser despedidos ou de ir para a mobilidade especial.
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O secretário-geral da Fenprof criticou, esta quarta-feira, o facto de o Ministério da Educação ter convocado todos os professores de cada agrupamento para os exames de português do 12º ano, marcados para segunda-feira.
Reagindo a declarações de Nuno Crato neste sentido, Mário Nogueira disse não perceber esta atitude quando já estavam escalados 15 ou 20 professores de cada agrupamento para estes exames.
«Mas, há uma coisa que o Ministério não está a contar e que não há circular nenhuma, juri nenhum de ministério nenhum, ministro e diretor nenhum pode ultrapassar: a convicção e a determinação dos professores», acrescentou.
Em conferência de imprensa, Mário Nogueira disse ainda não compreender o apelo feito aos professores por Nuno Crato para que não desperdicem o trabalho de um ano com os alunos com um dia de greve aos exames.
«Quando em setembro muitos desses professores a quem ele apela estiverem despedidos, muitos deles com 20 ou 30 anos de serviço não tiverem emprego ou quando três ou quatro meses depois estiverem na mobilidade especial e em vias de serem despedidos, quero saber o que o ministro lhes diz», acrescentou.
Sobre a inflexibilidade do Governo em mudar a data do exame marcado para segunda-feira, o líder da Fenprof ironizou, ao dizer que «um dia destes vamos ter de convidar o ministro e o primeiro-ministro para dirigente sindical».
Mário Nogueira lembrou ainda que o pré-aviso de greve para 18 a 21 de junho refere-se «apenas ao serviço de avaliações» e que se este exame tivesse sido mudado para dia 20, os sindicatos já não estariam a tempo para que mudar o pré-aviso de greve.
Este sindicalista diz que o Ministério da Educação está a procurar um clima de «confronto» e tenta «criar uma má opinião na opinião pública em relação aos professores», daí que ache que o Ministério se esteja a mexer por causa de «intenções políticas».