Fernando Rosas diz que Mortágua foi "vítima de perseguição" e revela "desgosto" com PS
Na TSF, o histórico bloquista reage à decisão de Mariana Mortágua e deixa críticas ao PS
Corpo do artigo
O fundador do Bloco de Esquerda (BE) garantiu este sábado que a decisão de Mariana Mortágua de abandonar a liderança do partido após o Orçamento "foi profundamente pensada" e lamentou que a coordenadora bloquista esteja a ser "vítima de perseguição". Na TSF, Fernando Rosas criticou ainda o PS "junto à política do PSD".
Foi vítima de uma perseguição, que ultimamente foi sentida com mais intensidade da parte de uma comunicação social conservadora, reacionária de direita. Houve uma espécie de assassinato de carácter, relativamente a uma mulher jovem de esquerda, que tornou muito difícil a continuação, de uma mulher ativa e de grande valor.
Fernando Rosas considera politicamente significativo que uma "imprensa de direita e de extrema-direita, tenha lançado uma verdadeira caça à mulher de esquerda que se atreve a fazer intervenções como as da Flotilla Humanitária" para Gaza.
Fernando Rosas aponta ainda a viragem à direita verificada nos últimos atos eleitorais como uma das razões para a não continuação de Mariana Mortágua como dirigente do BE.
Questionado se com uma nova liderança o BE vai conseguir recuperar a importância política que já teve, Fernando Rosas mostra-se confiante: "A política é feita disso, de altos e baixos, avanços e recuos." Assume ainda que atualmente, com apenas um deputado eleito na Assembleia da República, "o BE está a atravessar um momento difícil, mas toda a esquerda europeia está a atravessar momentos difíceis", como Itália, Espanha e França.
"Há um cansaço com a sociedade liberal, explorado pela direita e extrema-direita", remata o histórico bloquista, que aproveita para lançar críticas ao Partido Socialista. Para Ferrando Rosas, o PS quer "evitar a vaga, juntando-se à política do PSD, o que será suicidário, porque para fazer essa política já há outros partidos".
Vejo com um certo desgosto e apreensão, o PS enveredar por este caminho, ao invés de juntar os partidos da esquerda, para se opor ao que aí vem.
Sobre a próxima liderança para o BE, Fernando Rosas assume que já tem um candidato, mas deixa a discussão para a próxima convenção do partido, em novembro, para a qual avançam cinco moções.
Sobre o nome de José Manuel Pureza, dirigente e ex-deputado do BE, Fernando Rosas preferiu não comentar, considerando que é uma decisão dos militantes bloquistas.