Entre os nomes dos proponentes desta moção estão vários dirigentes do núcleo duro do partido, como Fabian Figueiredo, Jorge Costa, Joana Mortágua, Marisa Matias, Catarina Martins, Adriano Campos ou Pedro Filipe Soares
Corpo do artigo
Os dirigentes do Bloco de Esquerda que integram a moção A, anteriormente encabeçada pela coordenadora nacional, Mariana Mortágua, vão decidir este domingo, em Coimbra, o seu candidato à liderança do partido.
A realização deste plenário foi confirmada à Lusa por fonte ligada aos subscritores da moção A, segundo a qual nessa reunião vai ser escolhido o nome que passará a encabeçar este texto, bem como as listas candidatas à Mesa Nacional (órgão máximo entre convenções) e à Comissão Política (órgão que assegura a direção quotidiana).
Esta reunião vai realizar-se cerca de uma semana depois de Mariana Mortágua ter enviado uma carta aos militantes do BE, afirmando que não pretende recandidatar-se à liderança do partido por considerar que a direção por si encabeçada foi incapaz de "gerar um novo impulso político e eleitoral".
Sobre o facto de a reunião se realizar em Coimbra, local onde nasceu José Manuel Pureza, um dos nomes que tem sido apontado como possível candidato à liderança, a mesma fonte da moção A adiantou à Lusa que o plenário, que vai reunir bloquistas a nível nacional, já estava marcado para aquele local por se situar no centro do país, antes até do anúncio de Mortágua.
Numa declaração enviada à Lusa no passado sábado, José Manuel Pureza manifestou-se confiante de que será possível encontrar uma solução que "dê força" ao partido na próxima convenção mas rejeitou "cenários precipitados".
Entre os nomes dos proponentes desta moção estão vários dirigentes do núcleo duro do partido, como Fabian Figueiredo (também número dois na lista do partido pelo círculo eleitoral de Lisboa e potencial sucessor de Mortágua no Parlamento), Jorge Costa, Joana Mortágua, Marisa Matias, Catarina Martins, Adriano Campos ou Pedro Filipe Soares.
Também nos subscritores estão incluídos nomes como o de José Manuel Pureza, ou os fundadores Francisco Louçã, Luís Fazenda e Fernando Rosas.
A moção A, intitulada "Resistir para virar o Jogo", é a que congrega mais subscritores, cerca de seiscentos, comparativamente às restantes quatro da oposição, que apontam falta de democracia interna e pedem mais atenção às bases.
Na 14.ª Convenção Nacional do BE está agendada para 29 e 30 de novembro, em Lisboa, vão ser votadas moções de orientação (cujo prazo para entrega terminou em junho) e listas para a Mesa Nacional do partido, órgão máximo entre convenções que é composto por membros das várias listas apresentadas, à proporção dos votos que obtêm.
O dirigente que encabeça a lista mais votada assume, por norma, o lugar de coordenador - figura que não existe formalmente nos estatutos do partido.
O BE enfrenta um dos momentos mais difíceis da sua história, depois de em maio deste ano ter obtido o seu pior resultado de sempre em eleições legislativas, passando de cinco para uma deputada única e ter perdido representação autárquica no sufrágio deste mês, passando de cinco vereadores e 94 deputados municipais para uma vereadora em Lisboa e 17 deputados em câmaras e freguesias.
