A presidente do PSD contestou o investimento do Governo em novas infra-estruturas. No discurso com que encerrou o XXXI Congresso do PSD, Manuela Ferreira Leite questionou-se sobre se estas infra-estruturas são realmente necessárias e se há dinheiro para as pagar.
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A presidente do PSD considerou, este domingo, que Portugal vive numa situação de emergência social, o que a levou a contestar o investimento feito pelo Governo em novas infra-estruturas.
«A vaga avassaladora de propostas de infra-estruturas que este Governo anuncia e de que o país nem sempre carece e para os quais manifestamente não tem dinheiro, ficará para a história como um dos maiores erros políticos cometidos», explicou Manuela Ferreira Leite.
No discurso com que encerrou o Congresso do PSD que decorreu em Guimarães até este domingo, a nova líder social-democrata defendeu «que a política de investimentos públicos tem de ser muito criteriosa».
«São realmente necessários? Temos meios para pagar», perguntou Ferreira Leite, que recordou que «passada a glória dos anúncios e das inaugurações, ficará apenas uma pequena valia e uma enorme factura a pagar pelos cidadãos e pelas empresas».
Na sua intervenção, Manuela Ferreira Leite defendeu a necessidade de se equacionar o financiamento do Serviço Nacional de Saúde, que tem sido sistematicamente adiado.
«A resposta a esta questão não é só uma condição de subsistência do SNS. É sobretudo condição de um nível de qualidade sem a qual as populações mais carenciadas não terão a sua assistência assegurada na saúde», adiantou.
A antiga ministra das Finanças recordou ainda que o «sistemático recurso às receitas fiscais para financiar a despesa pública atinge em cheio a classe média e as pequenas e médias empresas».
«Considero imperioso que haja uma avaliação do impacto das medidas na economia e nas famílias assegurando-se um sistema justo e não apenas um crescente fonte de receitas», frisou.
No seu discurso de cerca de meia hora, Ferreira Leite aproveitou ainda para criticar o «obscuro e complexo» sistema fiscal existente em Portugal, que faz com que seja «difícil pedir aos cidadãos o escrupuloso cumprimentos das suas obrigações fiscais».