"Portugueses estão vacinados contra a austeridade. Resta saber se a vacina tem eficácia"
Presidente da Assembleia da República critica a desinformação, a mentira e as calúnias. Numa alusão aos críticos da realização da sessão solene do 25 de abril, lembrou que "parlamento nunca deixou de trabalhar e diz presente"
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O presidente da Assembleia da República defendeu, este sábado, que "as crises nunca foram pretexto para não celebrar" e que, mesmo em tempo de pandemia, "o parlamento nunca deixou de funcionar". Num olhar para o futuro e para a recuperação do país, avisou: "Portugal e os portugueses estão vacinados contra a austeridade. Resta saber se a vacina tem eficácia".
Num discurso em que manteve sempre como pano de fundo a atual pandemia que "atinge a Europa e o mundo", Ferro Rodrigues teceu duras críticas à difusão de "mentiras e falsidades" e considerou que o pior que podia acontecer à democracia seria o escrutínio parlamentar ser substituído por campanhas de desinformação baseadas em mentiras e calúnias.
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"Pior está a democracia quando o escrutínio é feito com base em mentiras, calúnias e falsidade", disse, alertando para o perigo da desinformação e pedindo uma democracia mais inclusiva" e com "instituições mais fortes". "A resposta passa por tornar a democracia mais inclusiva, mais representativa. Uma democracia de confiança, capaz de gerar confiança. A resposta passa por tornar as nossas Instituições mais fortes, mais sólidas, mais capazes de responder aos anseios das populações e de afastar os seus receios", sublinhou.
Além da alusão aos que criticaram a realização da sessão solene do 25 de abril, a segunda figura do Estado salientou que "mesmo em estado de emergência, a democracia e o parlamento dizem presente", referindo que se o parlamento "não fechou as portas no passado, não faria sentido que não abrisse hoje".
Durante a intervenção que deu início à sessão solene do 25 de abril, Ferro Rodrigues começou por lembrar que "a perda de centenas de vidas humanas é, sem dúvida, a expressão mais violenta da pandemia" e invocou todos os que já morreram, pedindo um minuto de silêncio. De seguida, Ferro recordou "todos os que perderam familiares e amigos, todos os que estão hospitalizados e os que estão afastados dos seus entes mais próximos" e agradeceu aos muitos milhares de portugueses dos diversos setores de atividade que não deixaram o país parar. Com uma palavra especial a todos os profissionais de saúde, a segunda figura do Estado elogiou "a forma adulta como os portugueses têm agido" e lembrou António Arnaut, considerado o pai do SNS.
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