PS, PSD, BE e CDS elogiaram o discurso do Presidente da República no Parlamento Europeu.
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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, deixou esta quarta-feira de manhã vários desafios à União Europeia para o próximo ciclo político e pediu que se trabalhe para a paz na Ucrânia, uma guerra global. Em reação, deputada do PS Maria Manuel Leitão Marques não ficou incomodada por o chefe de Estado não ter falado no Governo de António Costa e considera que Marcelo disse o que tinha a dizer.
"O Presidente veio à Europa, ao Parlamento Europeu e fez o que devia. Falou sobre a Europa e sobre o futuro da Europa, sobre os problemas e os desafios que temos que vencer. Era assim que todos nos devemos comportar quando estamos numa campanha eleitoral para o Parlamento Europeu ou quando estamos num debate na RTP de eurodeputados. O nosso tema devia ser tentar falar da Europa e a maneira de aproximarmos a Europa dos nossos cidadãos", explicou à TSF Maria Manuel Marques.
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Pelo PSD, Paulo Rangel elogiou o discurso de Marcelo Rebelo de Sousa e nota que não há divergências europeias entre São Bento e Belém. Os problemas são outros.
"Em matérias europeias internacionais não penso que há divergência, o que há claramente no plano nacional neste momento. O que há é o Presidente e exercer aqueles que são os seus deveres de escrutínio. Tal como o Parlamento teve esse escrutínio, o Presidente também tem dever de escrutínio face ao Governo, não é? Efetivamente o Governo está há 13 meses a fomentar uma instabilidade interna colossal. Não há estabilidade política enquanto o Governo estiver nesta deriva", defendeu Paulo Rangel.
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Já José Gusmão, do Bloco de Esquerda, defende que Marcelo foi vago sobre políticas económicas, mas elogia o tom contra os populismos.
"O apelo a uma paz justa e legal na Ucrânia, a referência à consideração e valorização das consequências sociais da crise da inflação e a referência, o apelo, a uma Europa aberta e pioneira no clima. Estes temas podem ser entendidos como uma crítica ao discurso e a ação da extrema-direita e de uma direita tradicional cada vez mais extremada aqui no Parlamento, como no nosso país. Como aspeto negativo, destacaria o facto de ter feito uma intervenção muito vaga sobre a questão da governação económica. Gostaríamos de ter visto um apelo a que as novas regras rompam com o percurso de austeridade que foi provocado pelas regras anteriores", afirmou José Gusmão.
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Do lado do PCP, João Pimenta Lopes diz que Marcelo perdeu uma oportunidade.
"Pensamos que faltaram alguns elementos que traduzissem aqui no Parlamento Europeu as consequências de diversas políticas que estão na base de problemas graves, sérios, com que o povo português hoje se confronta. Os muitos baixos salários, o aumento do custo de vida, os problemas da habitação, que até têm merecido, em dias anteriores, comentários do próprio Presidente da República e as questões da inflação. Teria sido a oportunidade para trazer isso à discussão e não o fez", disse Pimenta Lopes.
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O presidente do CDS e eurodeputado Nuno Melo diz que o discurso do Presidente da República foi consensual.
"Eu resumiria talvez em duas palavras: liberdade e liderança. Liberdade no que tem que ver com o que está a acontecer na Ucrânia e o compromisso dos europeus na defesa dessa luta, que é uma luta, por isso mesmo, pela liberdade e projectar no futuro aquilo que entendo que deve ser a liderança. A liderança em diversas áreas da tecnologia, do digital, do ambiente, em tudo aquilo que nos vai distinguindo e onde poderemos estar à frente no mundo. E, portanto, desse ponto de vista eu diria que foi um discurso consensual", acrescentou Nuno Melo.
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