Ficar em silêncio no Conselho de Estado é "uma anormalidade". Dar opinião "é um dever"
Luís Marques Mendes diz que qualquer conselheiro de Estado "está lá para dar a sua opinião e aconselhar".
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Luís Marques Mendes defende quando um membro de um Conselho de Estado é chamado a pronunciar-se sobre um tema não pode ficar em silêncio.
Em declarações este domingo no seu espaço de opinião na SIC Notícias, o também conselheiro de Estado considera o que fez o primeiro-ministro na reunião da passada semana é uma "anomalia".
"Alguém que é membro do Conselho de Estado, seja ele qual for, sempre que há uma reunião do Conselho de Estado e há um assunto a ser debatido deve usar da palavra", defende Marques Mendes.
"Se o Conselho de Estado é um órgão de aconselhamento, então quem dele faz parte está lá para dar a sua opinião e aconselhar. Ou seja, numa palavra, acho que quem está no Conselho de Estado não tem apenas o direito de dar a opinião, tem o dever de dar opinião."
Este é um dever "político" e "institucional", pelo que não o respeitar é "uma anormalidade", reforça o conselheiro de Estado.
Sobre uma possível tensão entre o Presidente da República e o primeiro-ministro, Marques Mendes considera que "ninguém tem dúvidas de que há", com consequências nocivas para o país caso acabe por "escalar".