"Foi uma desilusão." Marcelo diz que Conferência Episcopal fez "tudo ao contrário"
"Como católico seria ainda mais contundente", disse o Presidente da República.
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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, criticou esta quinta-feira a postura da Conferência Episcopal Portuguesa no caso dos abusos sexuais na Igreja, assumindo que a reação "foi uma desilusão" e que fez "tudo ao contrário".
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Em entrevista à RTP e ao Público no dia em que completa sete anos enquanto Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa diz que a Conferência Episcopal Portuguesa "ficou aquém" em vários aspetos, começando pelo tempo que demorou e continua a demorar a responder.
"Ficou aquém em não tomar medidas preventivas em relação àqueles que se viram envolvidos", atira Marcelo, dizendo que outro ponto foi o facto de não tentar reparar os problemas causados às vítimas.
"Como católico seria ainda mais contundente. Como Presidente da República, a expectativa que havia era ser rápido, assumir a responsabilidade, tomar medidas preventivas e aceitar a reparação. De repente, é tudo ao contrário", critica Marcelo Rebelo de Sousa.
O Presidente da República, pegando no exemplo da TAP, afirma que o Governo está muito escrutinado e deixa um aviso: "Eu mantenho esse princípio de manter a legislatura até ao fim, mas não peçam para renunciar ao poder de dissolver [a Assembleia da República]."
Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que o relatório da Inspeção-Geral de Finanças sobre a saída de Alexandra Reis da TAP trouxe várias surpresas, sendo que a primeira foi a "renúncia acordada", já que isso não existe no estatuto do gestor público, sendo que a segunda surpresa foi saber que Alexandra Reis estava apenas há 11 meses na companhia aérea.
"Não há consequências políticas para os ministros atuais? Para o das infraestruturas, não, porque acabou de entrar", considera Marcelo Rebelo de Sousa, não referindo diretamente se deveriam existir outras consequências para Fernando Medina, que escolheu Alexandra Reis para a NAV e para a Secretaria de Estado do Tesouro.
"Isto marcou o Governo", adverte o Presidente da República.