Folia, energia e boa disposição. Kumpania Algazarra estreia novo single no Moods
A banda lança em setembro um novo álbum que procura aproximar-se da música tradicional portuguesa.
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Os Kumpania Algazarra apresentaram este sábado, pela primeira vez ao vivo, o novo single "Assim não vai dar" no Festival Moods e encheram o coreto do jardim Basílio Teles de boa disposição.
A marcar o fim de mais um dia do festival, a banda que se juntou nas ruas de Sintra há quase 20 anos foi recebida com grande entusiasmo por parte do público.
Num concerto itinerante, os Kumpania Algazarra começaram por se misturar na multidão que passou a segui-los de forma entusiasta.
Foi de braços no ar e pés levantados do chão que os participantes do festival receberam o novo single do grupo. "Assim não vai dar" estreou na sexta-feira e foi tocado pela primeira vez ao vivo no Moods, numa versão acústica.
"Já vimos pessoas que até sabiam a letra. O 'não vai dar" pelo menos já sabiam', afirma Luís Barrocas, que não esconde o prazer que sentiu ao verificar que o público já acompanhava a banda.
Este é um tema que traz consigo uma mensagem de incentivo à procura de "mudanças e alternativas". Quem o diz é Francisco Amorim, que explica que no novo single "traz uma certa crítica ao que se tem passado. Todas estas questões que se passam na atualidade do país e do mundo".
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Com influências de vários estilos, que vão do rock ao jazz, até ao afrobeat e à música balcânica, os Kumpania Algazarra procuraram agora colorir as suas paisagens musicais e já incorporaram no "Assim não vai dar" instrumentos característicos da música tradicional portuguesa, como a gaita-de-foles e os bombos.
Com este single, o grupo deixa um pequeno vislumbre daquilo que se pode esperar do novo álbum, que vai ser lançado já em setembro.
"Agora estamos a tentar virar-nos para as raízes da música portuguesa. O novo álbum vai ter bastante inspiração da música portuguesa, os instrumentos tradicionais portugueses, etc. Estamos a tentar ir beber mais um bocado aí", revela Amorim.
Apesar de estarem calejados com "muita estrada, muitos quilómetros e muitos países", os músicos confessam que ainda sentem algum nervosismo antes de uma atuação.
"Por mais que seja hábito, as pessoas são sempre diferentes, o momento é sempre novo, é algo que nos faz sentir aquela exigência de querermos também partilhar com as pessoas, agradar, que o nosso trabalho chegue às pessoas", afirma Barrocas.
A proximidade que têm com o público ficou evidente na atuação deste sábado, tendo a banda subido ao coreto apenas por alguns momentos, antes de voltar para perto daqueles que os aclamavam.
Junto aos músicos, ainda durante o concerto, aproximavam-se as mentes mais curiosas, que por serem muito novas tentavam perceber que objetos eram aqueles que a banda carregava. Eram sobretudo instrumentos de percussão e de sopro, acompanhados por uma guitarra.
Focados na sua audiência, os Kumpania Algazarra tocaram com uma energia e folia contagiantes que obrigou a multidão a segui-los entre passos de dança.
"Estamos a tocar para as pessoas e às vezes tentamos ir buscar outras músicas para tentar entrar no ambiente e criar assim uma festa do nada", conta Luís Barrocas.