Em carta aberta, cerca de 400 formadores lamentam a falta de informação por parte do Instituto do Emprego e Formação Profissional a quem pedem que "adapte a formação à situação de pandemia".
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Sem trabalhar desde 16 de março devido às medidas excecionais impostas no âmbito do combate à Covid-19, os formadores do IEFP (Instituto do Emprego e Formação Profissional) dizem estar "sem rendimentos", com "trabalho nulo" e sem perspetivas do que o IEFP quer fazer com eles no futuro.
Desde que foi emitido o "comunicado geral" a anunciar o encerramento das atividades devido a pandemia, os formadores não receberam alternativas, "nem nenhum enquadramento que nos pudesse perspetivar ou definir que situação vamos ter", diz à TSF Joana Leite, formadora do IEFP há 5 anos "em regime de exclusividade laboral" e uma das subscritoras da carta aberta enviada ao presidente do Instituto, à ministra do Trabalho, ao primeiro-ministro e ao Presidente da República.
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"Estamos sem rendimentos do IEFP e estamos sem saber que plano o IEFP tem para nós e o que podemos esperar do IEFP", resume.
Na carta, os formadores referem que há três semanas que veem o seu "potencial laboral ignorado, sem funções atribuídas e interrompidas as suas prestações de serviços" e pedem urgência na "definição do que será o novo paradigma de trabalho formativo".
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Por isso, "exigem, por considerarem de elementar justiça, o exercício de funções formativas à distância, sem paragem no trabalho de prestação de serviços que desenvolvem com o Instituto e respeitando o volume das horas já contratualizadas".
Os formadores mostram-se também preocupados com a possibilidade de, perante a falta de rendimentos, recorrerem ao apoio público excecional em vigor para os trabalhadores independentes. "O apoio fica suspenso a partir do momento em que damos uma hora de formação", daí o receio de recorrerem ao apoio e depois "ter de o deitar abaixo" se a formação do IEFP "chegar a conta-gotas" a estes trabalhadores precários.
Antecipando um período de crise com despedimentos nas empresas e consequente aumento da procura de ações formativas pelos desempregados, Joana Leite sublinha que os formadores do IEFP "vão ser precisos a nível nacional" e por isso necessitam agora de uma "clarificação" porque muitos "têm as suas vidas suspensas".