Galamba sobre continuidade no Governo: "Então não vê que estou com imensas condições?"

Estela Silva/Lusa
Ministro vinca nada ter a acrescentar ao que António Costa já disse sobre o caso no seu ministério.
Na resposta a uma pergunta, outra pergunta: "Então não vê que estou com imensas condições para continuar?" Foi assim que o ministro das Infraestruturas, João Galamba, respondeu esta tarde aos jornalistas quando questionado sobre se tem condições para permanecer no Governo. À entrada para o 32.º Digital Business Congress, que decorre na Faculdade de Medicina Dentária de Lisboa, e questionado pelos jornalistas no local sobre se está a prazo no cargo, não respondeu com uma afirmação.
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Numa primeira reação pública desde a não aceitação, por parte de António Costa, da sua demissão, disse nada ter "a acrescentar sobre esta matéria além do que já foi dito pelo senhor primeiro-ministro" e, perante a insistência da comunicação social, acabou por assinalar que vai à comissão de inquérito à TAP e que lá dará "as explicações que falta dar".
A exoneração do adjunto do ministro das Infraestruturas Frederico Pinheiro, por "comportamentos incompatíveis com os deveres e responsabilidades inerentes às suas funções", foi esta quarta-feira publicada em Diário da República (DR).
De acordo com o despacho assinado por João Galamba, Frederico Pinheiro foi exonerado "por ter adotado comportamentos incompatíveis com os deveres e responsabilidades inerentes ao exercício de funções de adjunto de um gabinete ministerial".
Frederico Pinheiro é visado na troca de informações divulgada na comunicação social sobre a polémica na TAP.
O adjunto acusou o Ministério das Infraestruturas de querer omitir informação à comissão de inquérito à TAP sobre a "reunião preparatória" com a ex-presidente executiva (CEO).
O caso envolveu denúncias contra Frederico Pinheiro por violência física no Ministério das Infraestruturas e furto de um computador portátil, já depois de ter sido demitido, e a polémica aumentou quando foi noticiada a intervenção do SIS na recuperação desse computador.
Em 2 de maio, João Galamba apresentou a demissão ao primeiro-ministro "em prol da necessária tranquilidade institucional", que António Costa não aceitou.
Este episódio gerou uma divergência pública entre o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro, António Costa, em torno da manutenção no Governo do ministro das Infraestruturas, João Galamba.