"Governo não pode olhar para a habitação como elemento de arrecadação de receita." Porta a Porta promete "luta efetiva"
O Porta a Porta esteve concentrado esta segunda-feira à frente do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) em protesto contra as medidas do Governo. O movimento quer um reforço dos poderes do IHRU e mais investimento no parque público de habitação e promete formas de luta "em moldes superiores" se o Executivo não mudar de estratégia
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O movimento Porta a Porta esteve esta segunda-feira concentrado à frente dos locais de atendimento do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU), em Lisboa e no Porto, para "dar visibilidade ao problema da Habitação, que é já uma emergência nacional".
Ouvido pela TSF, André Escoval, porta-voz do movimento, descreve o cenário que se vive todos os dias no IHRU. "Nós chegámos às 07h00 para iniciar a concentração e as vinte senhas diárias de atendimento já estavam esgotadas neste serviço, porque só há atendimento em Lisboa e no Porto", refere.
O ativista pede um reforço do IHRU "para dar resposta aos problemas da habitação" e acusa o Governo de olhar para a questão "exclusivamente como um elemento de arrecadação de receita, como prevê o Orçamento de Estado para 2026".
André Escoval promete mais ações de luta, até mesmo "em moldes superiores", caso o Executivo não mude de estratégia. "Não é possível chegarmos ao fim da discussão do Orçamento de Estado sem que haja uma resposta das massas e de luta efetiva, portanto, nos próximos meses, enquanto estas intenções do Governo perdurarem, nós vamos combatê-las, porque elas não se podem concretizar", garante.
O Porta a Porta pede ao Governo um reforço da capacidade do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana. Para André Escoval, é preciso "reforçar os meios", apesar de o Executivo "ter desviado 340 milhões de euros do PRR afetos à habitação para outros fins". O ativista defende ainda o reforço do parque público de habitação, uma função que considera que devia ser do IHRU.