Governo prevê contratar "200 ou 300 médicos" da América Latina. Pizarro garante que "direitos" serão respeitados
Manuel Pizarro foi ouvido no Parlamento, a pedido da Iniciativa Liberal, que alerta para "escravatura moderna" com a contratação de cubanos.
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A política não é nova, começou no tempo de José Sócrates, e hoje vários médicos cubanos e de outras nacionalidades estão integrados no Serviço Nacional de Saúde, de acordo com Manuel Pizarro, com contratos com o Estado português. Além de médicos cubanos, o Governo prevê a contratação de outros profissionais da América Latina, "entre duas a três centenas".
Ouvido no Parlamento, a pedido da Iniciativa Liberal, que alerta para "possível escravatura", o ministro Manuel Pizarro garante que "os direitos humanos serão escrupulosamente respeitados", apesar das dúvidas que pairam, desde logo, com o acordo com o Governo cubano.
"Como é evidente, em todo o mundo os direitos humanos devem ser respeitados. Por maioria de razão, num país como Portugal", acrescentou.
Manuel Pizarro dá até o exemplo de um médico cubano, que chegou a Portugal através de um acordo com Cuba e, hoje, "é diretor de um centro de saúde". Ao todo, adianta o ministro, estão cerca de 50 médicos cubanos em Portugal com contratos de trabalho, depois de uma "plena integração".
Respondendo às dúvidas da oposição, o ministro da Saúde garante que os médicos estrangeiros vão ser remunerados "exatamente pela mesma forma como acontece com os médicos portugueses": "Nem mais, nem menos".
A mão-de-obra é escassa, há disponibilidade de médicos apenas em alguns países da América Latina, como Cuba ou Colômbia. "Não há muitos países do mundo que tenham disponibilidade. Todos os que conheço são da América Latina, Cuba, Colômbia e mais um ou outro país", adiantou o ministro.
A medida será "supletiva e transitória" para acautelar a escassez de médicos nos hospitais e centros de saúde portugueses, numa altura em que muitos ainda não têm médicos de família.
Os médicos provenientes da América Latina vão chegar a Portugal nos próximos três anos, numa primeira fase, vão receber formação nas faculdades de medicina portugueses, e também a Ordem dos Médicos tem de dar luz verde para que estes profissionais possam exercer no país.