Governo quer reunir "melhor informação possível" antes de apresentar cenários macroeconómicos
Ministro das Finanças afirmou que as previsões do Governo ainda não foram reveladas devido ao "contexto de muita volatilidade".
Corpo do artigo
Marcelo Rebelo de Sousa pressionou, no início desta semana, o Governo a apresentar os cenários macroeconómicos para 2023 e voltou a fazê-lo esta quarta-feira. Confrontado com as palavras do Presidente da República, que considera "importante" que os portugueses saibam as previsões do Executivo, o ministro das Finanças, Fernando Medina, afirmou que o contexto é "de muita volatilidade" e que antes é preciso reunir a "melhor informação possível".
"Todas as questões que o Presidente da República coloca são muito relevantes, mas estamos num contexto de muita volatilidade, todos os dias estão a surgir decisões de bancos centrais e nos mercados de energia. Temos de tentar obter a melhor informação possível em cada momento para podermos apresentar um cenário. Posso antecipar a convicção de que no próximo ano viveremos um cenário de abrandamento do nível de crescimento face a este, mas também quero sublinhar as fortes resiliências que a economia portuguesa construiu. Temos um conjunto de incertezas grandes que nos são trazidas de fora e elementos positivos do nosso lado com muito significado que não podemos desvalorizar", explicou Fernando Medina aos jornalistas.
Ainda sobre o Orçamento do Estado para 2023, o responsável pela pasta das Finanças garantiu que o Governo está empenhado em obter, na Concertação Social, um acordo de rendimentos e competitividade.
"Estamos a discutir os salários e a evolução dos salários nos próximos anos. Vão discutir-se temas importantes como o próprio salário mínimo e matérias que têm a ver com a tributação em sede de IRS relativamente aos rendimentos de trabalho. O país tem de fazer uso de todas as ferramentas que tenha para a melhoria da sua competitividade, mas não me parece adequado estar a antecipar esta ou aquela posição sobre esta ou aquela matéria. As posições de partida do Governo são conhecidas", acrescentou o ministro das Finanças.
15175418