Grávida morre depois de ir ao Amadora-Sintra e ser mandada para casa, hospital abre "inquérito interno"
O bebé "encontra-se neste momento sob vigilância médica, com prognóstico muito reservado"
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A Unidade Local de Saúde Amadora-Sintra abriu um inquérito interno às circunstâncias da morte de uma grávida que esteve no hospital para uma consulta, onde lhe foi detetada uma situação de hipertensão.
A notícia foi adiantada pela CNN Portugal, que conta que a mulher, de 37 anos, deslocou-se ao hospital para uma consulta de rotina, onde lhe foi detetado um problema de hipertensão. A unidade de saúde enviou a mulher para casa com parto marcado para esta sexta-feira. No entanto, horas depois, entrou na urgência do mesmo hospital com um novo episódio de hipertensão e o parto acabou por ser feito. Depois, já na urgência, a mulher sentiu-se mal e acabou por morrer.
Em comunicado enviado à TSF, o hospital avança que abriu "um inquérito interno para apurar todas as circunstâncias associadas ao ocorrido".
"A Unidade Local de Saúde Amadora/Sintra (ULS Amadora/Sintra) informa que, no dia 31 de outubro de 2025, cerca da 01h50, deu entrada no Serviço de Urgência de Obstetrícia desta ULS uma utente grávida de 38 semanas, natural da Guiné-Bissau, transportada por uma equipa do INEM, em situação de paragem cardiorrespiratória. Após a entrada no serviço foi realizada de imediato uma cesariana de emergência, tendo o bebé nascido à 01h56, encontra-se neste momento sob vigilância médica, com prognóstico muito reservado", explica a nota.
A unidade de saúde informa ainda que, "no dia 29 de outubro de 2025, a utente dirigiu-se assintomática a este ULS para uma consulta rotina, durante a qual foi identificada com hipertensão ligeira".
"De acordo com o protocolo clínico, a utente foi então referenciada internamente para a Urgência de Obstetrícia, onde, após a realização de vários exames complementares de diagnóstico, teve alta com indicação para internamento às 39 semanas de gestação", acrescenta.
Também em resposta enviada à TSF, a Direção Executiva do SNS afirma ter "conhecimento do ocorrido", estando "em contacto direto com a ULS Amadora/Sintra, que se encontra a averiguar a situação".
O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) adiantou, entretanto, que o Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) recebeu pelas 00h28 desta sexta-feira uma chamada a pedir ajuda para uma grávida de 36 anos, com uma gestação de 38 semanas, que apresentava falta de ar.
"Depois de realizada a triagem clínica e prestado o aconselhamento necessário, o CODU acionou uma Ambulância de Socorro às 00h36", refere o INEM em comunicado.
Segundo o INEM, a equipa da ambulância informou o CODU, às 00h54, que a vítima se encontrava em paragem cardiorrespiratória, tendo sido acionada a Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) do Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra).
"Às 01h14, no local, a equipa médica da VMER implementou as medidas de Suporte Avançado de Vida (SAV) adequadas. A utente foi depois encaminhada para o HFF, com acompanhamento médico da equipa da VMER, onde deu entrada pelas 01h48", precisa o instituto.
A notícia surge um dia depois de Marcelo Rebelo de Sousa ter sugerido um acordo político sobre o papel do SNS, do setor social e do setor privado na saúde, para que haja um quadro de médio prazo.
"Se acaba o Governo, entra outro com outra política de saúde. Depois entra outro, que tem outra política de saúde. Não há política de saúde que aguente, não há. Ou melhor, não há saúde que aguente", lamentou.