Greve do Sindicato dos Oficiais de Justiça com 80% de adesão a nível nacional
O líder do Sindicato dos Oficiais de Justiça, Carlos Almeida, acusa a ministra da Justiça de não ter prestado "qualquer trabalho ao Governo".
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O Sindicato dos Oficiais de Justiça (SOJ) estimou que a adesão à greve que convocou para hoje esteja em 80% a nível nacional.
"É um balanço francamente positivo, bastante bom", destaca o presidente do sindicato, Carlos Almeida, em declarações à TSF, num balanço da situação feito ao fim da manhã.
Este responsável destaca que o setor da Justiça "tem estado em luta desde o dia 10 de janeiro", realçando "uma sucessão de greves", que esta segunda-feira tem uma adesão expressiva até porque esta segunda-feira "muitos dos trabalhadores tinham de tomar posse".
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"Hoje [segunda-feira] era o primeiro dia em que muitos dos trabalhadores tinham de tomar posse, porque foi publicado o movimento ordinário, extraordinário, também no dia 31 do mês passado, portanto hoje era o dia em que têm de tomar posse", explica, sublinhando ainda que os serviços mínimos estão a ser cumpridos.
Em comunicado, o SOJ lamenta que o Ministério da Justiça "insista em empurrar os trabalhadores para a luta, mantendo o país e o povo português desprovidos de um verdadeiro e eficaz sistema de justiça".
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Carlos Almeida deixou ainda críticas à ministra da Justiça, que acusa de ser inexistente e de não saber o que se passa no setor.
"Os responsáveis pelo Ministério da Justiça não existem. Quem tem estado a fazer a gestão do Ministério da Justiça é a senhora diretora-geral. Somos críticos em muitas matérias daquilo que faz, mas de facto é a única pessoa que tem estado a trabalhar, porque à senhora ministra da Justiça não se lhe conhece qualquer trabalho que tenha prestado ao Governo até este momento", justifica.
Os oficias de justiça estão em lua desde 10 de janeiro último por melhores condições de trabalho e, também, exigindo o cumprimento das leis da República, nomeadamente as Leis do Orçamento do Estado.
Segundo o SOJ, sem as condições reivindicadas "não é possível realizar justiça".
O sindicato diz que vai manter a greve, que decorre desde janeiro, durante as tardes, sem prejuízo de nos próximos dias avançar por outras formas de luta.
Os oficiais de justiça iniciaram no dia da abertura do ano judicial, em janeiro, uma greve por tempo indeterminado contra a falta de funcionários e o congelamento de promoções.
A paralisação decorre no horário das 13:30 à meia-noite e repete-se diariamente até haver resposta do Governo às reivindicações sindicais.
Também o Sindicato dos Funcionários Judiciais iniciou hoje uma greve que se inicia à hora para qual a agenda do magistrado tem as diligências designadas e que termina, da parte da manhã, às 12:30, e depois, da parte da tarde, inicia-se também com a hora da marcação da diligência e termina às 17:00.