Sindicato admite avançar para mais greves na luta por melhores condições de trabalho.
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A greve dos trabalhadores da Portway cancelou, até às 18h00 deste sábado, 54 voos comerciais nos aeroportos portugueses, dos quais 32 em Lisboa e 22 no Porto, revelou o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC).
Num balanço à TSF, o sindicalista Pedro Figueiredo, embora sem referir números, adiantou que os trabalhadores do setor de carga em Lisboa "estão a aderir à greve".
No Funchal há nota do cancelamento de um voo de carga e registam-se "atrasos de mais de uma hora" e em Faro há "uma pequena subida da adesão, em cerca de 10%" para um total que "ronda os 50% dos trabalhadores" do setor.
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Com esta paralisação - que vai no segundo de três dias -, os trabalhadores da Portway esperam mostrar à Vinci que "não é isto que os trabalhadores querem, não são estas as condições" de trabalho, referiu o sindicalista.
"É sobejamente público os problemas que este grupo tem causado aos seus trabalhadores, nomeadamente até aos trabalhadores da ANA - Aeroportos de Portugal - que recentemente tiveram também uma luta - , e agora mais grave na Portway, em que chegamos ao extremo", referiu.
Questionado pela TSF sobre até onde estão os trabalhadores dispostos a ir, Pedro Figueiredo refere que vão "até onde a dignidade assim o permita", admitindo "mais greves e outras formas de luta".
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O pré-aviso de greve dos trabalhadores da Portway, lançado pelo SINTAC, teve início às 00h00 de sexta-feira, 26 de agosto, e mantém-se até às 24h00 de domingo, 28 de agosto, existindo um despacho ministerial que definiu os serviços mínimos e que não permite que cerca de um terço dos trabalhadores - os de assistência a passageiros de mobilidade reduzida (MyWay) - possa fazer greve.
A greve de três dias, nos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro e Madeira, visa contestar "a política de RH [recursos humanos] assumida ao longo dos últimos anos pela Portway, empresa detida pelo grupo Vinci, de confronto e desvalorização dos trabalhadores por via de consecutivos incumprimentos do Acordo de Empresa, confrontação disciplinar, ausência de atualizações salariais, deturpação das avaliações de desempenho que evitam as progressões salariais e má-fé nas negociações", indicou o sindicato.
Os trabalhadores da Portway reivindicam o cumprimento do Acordo de Empresa de 2016 e uma avaliação de desempenho que não sirva para evitar progressões, assim como o pagamento de feriados a 100% e atualizações salariais imediatas, que tenham em conta a inflação.