Mais de 70 voos cancelados no aeroporto de Lisboa no último dia de greve dos trabalhadores da Portway
Adesão em Lisboa e no Porto mantém-se acima dos 90%, de acordo com o sindicato.
Corpo do artigo
O terceiro dia de greve dos trabalhadores da Portway arranca com a previsão de cancelamento de 70 voos em Lisboa, entre chegadas e paridas. A paralisação convocada pelo Sindicado Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC) chega este domingo ao fim. Neste último dia, a adesão é de 90%.
O vice-presidente do sindicato, Pedro Figueiredo, diz que o número de trabalhadores em greve tem correspondido às expectativas. "Os serviços de carga parece que estão completamente parados. As percentagens [de adesão] podem ser transmitidas e entendidas de forma completamente errática porque um terço destes trabalhares está impedido de fazer greve por causa dos serviços mínimos que o Ministério decretou", assinalou o responsável.
Por outro lado, acrescenta, "a empresa tem o mesmo número de trabalhadores que prestam serviços à Portway".
Devido a estes dois fatores, afirma, "é sempre difícil apurar números concretos". No entanto, a adesão à greve dos trabalhadores de operações de placa do aeroporto de Lisboa e do Porto ronda os 90-95%, assegura o sindicalista.
TSF\audio\2022\08\noticias\28\12_pedro_figueiredo
Segundo o portal da ANA - Aeroportos, não há mais constrangimentos a registar nas restantes infraestruturas do país.
O pré-aviso de greve dos trabalhadores da Portway, lançado pelo SINTAC, teve início às 00h00 de sexta-feira, 26 de agosto, e mantém-se até às 24h00 de domingo, 28 de agosto, existindo um despacho ministerial que definiu os serviços mínimos e que não permite que cerca de um terço dos trabalhadores - os de assistência a passageiros de mobilidade reduzida (MyWay) - possa fazer greve.
A greve de três dias, nos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro e Madeira, visa contestar "a política de RH [recursos humanos] assumida ao longo dos últimos anos pela Portway, empresa detida pelo grupo Vinci, de confronto e desvalorização dos trabalhadores por via de consecutivos incumprimentos do Acordo de Empresa, confrontação disciplinar, ausência de atualizações salariais, deturpação das avaliações de desempenho que evitam as progressões salariais e má-fé nas negociações", indicou o sindicato.
Os trabalhadores da Portway reivindicam o cumprimento do Acordo de Empresa de 2016 e uma avaliação de desempenho que não sirva para evitar progressões, assim como o pagamento de feriados a 100% e atualizações salariais imediatas, que tenham em conta a inflação.
15120319